Pesquisas genéticas buscam melhorar criação de tambaquis no Amazonas

Pesquisas nas áreas de aquicultura e genômica aplicada a peixes amazônicos, com destaque para o tambaqui, são discutidos em palestras.

Pesquisas genéticas buscam melhorar criação de tambaquis. Foto: Cimone Barros/Inpa

Uma série de palestras do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins em parceria com o Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (Caunesp) reforçou a cooperação acadêmica e científica entre as instituições nas áreas de aquicultura e genômica aplicada a peixes amazônicos, com destaque para o tambaqui.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

A nova colaboração amplia esse alcance, permitindo o intercâmbio de pesquisadores, projetos conjuntos e o uso de tecnologias avançadas de melhoramento genético. Segundo o professor Renato Barbosa Ferraz, pesquisador em aquicultura e genômica da Universidade Nilton Lins, “as palestras e intercâmbios com a Unesp reforçam o compromisso da instituição com a pesquisa científica aplicada e com o avanço da aquicultura sustentável na Amazônia”.

Leia também: Ministério da Ciência e Tecnologia anuncia R$ 33,5 milhões para pesquisas estratégicas na Amazônia

Pesquisas genéticas buscam melhorar criação de tambaquis
Pesquisas genéticas buscam melhorar criação de tambaquis no Amazonas. John Agudelo e Diogo Hashimoto (Caunesp)

Leia também: Atlas reúne pesquisas sobre doenças de búfalos no Brasil

As palestras abordaram as mais recentes descobertas científicas na área de genética e sanidade de peixes, com foco no tambaqui, uma das espécies mais importantes para a piscicultura nacional. O biólogo e pesquisador Diogo Teruo Hashimoto e o zootecnista e pós-doutorando John Fredy Gómez Agudelo, ambos do Centro de Aquicultura da Unesp, ministraram as apresentações das pesquisas.

Inteligência artificial

Hashimoto explicou como a combinação de fenômica e inteligência artificial (IA) está transformando o melhoramento genético de peixes. A tecnologia utiliza sensores e imagens para coletar milhões de dados dos animais, processados por sistemas de IA de forma semelhante ao reconhecimento facial, permitindo identificar peixes com melhor desempenho e resistência a doenças.

Tambaqui (Colossoma macropomum). Foto: Wild life animal

“Em colaboração com professores da Nilton Lins, formamos um núcleo genético em Manaus junto com o Inpa. Esses animais foram avaliados e fotografados, e usamos esse banco de dados para treinar a máquina de inteligência artificial a extrair as informações dos peixes”, disse o biólogo.

O projeto resulta de uma colaboração entre Unesp, Universidade Nilton Lins e Inpa, com apoio da Fapeam e da Fapesp, fortalecida em 2024 por um convênio entre os programas de pós-graduação das instituições.

Leia também: No ‘Mundo Perdido’: pesquisas revelam a origem e a diversidade de borboletas nos tepuis

Combate à parasitas

Na sequência, o zootecnista John Agudelo mostrou os progressos no uso da seleção genômica para combater os acantocéfalos, parasitas que afetam a produção de tambaqui na Amazônia. O pesquisador explicou que o melhoramento genético é uma alternativa eficaz para desenvolver peixes mais resistentes.

Pesquisas genéticas buscam melhorar criação de tambaquis no Amazonas. Diogo Hashimoto (Pesquisador da Caunesp)

Leia também: Pesquisas arqueológicas buscam garantir preservação cultural durante pavimentação da RO-420 em Rondônia

“Nessa análise, foram identificados genes relacionados ao estresse, à integridade celular e ao sistema de defesa dos peixes. Selecionando esses genes, é possível obter indivíduos mais resistentes”, afirmou Agudelo.

O estudo demonstrou que a seleção genômica, baseada na leitura direta do DNA, aumenta a precisão e a velocidade da seleção de características desejáveis, sendo uma ferramenta promissora e de baixo custo para a evolução da aquicultura sustentável.

Para a professora Cleuciliz Santana, vice-reitora para projetos de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação da Universidade Nilton Lins, o Programa de Mestrado e Doutorado em Aquicultura coordenado pela instituição é estratégico para o Amazonas e para a segurança alimentar na Região Norte. “Poder contar com a parceria de pesquisadores da Unesp, um importante centro de aquicultura no Brasil, amplifica a qualidade das pesquisas realizadas localmente”, completou Santana.

*Com informação da assessoria

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

MPF pede indenização por danos materiais e morais às vítimas do naufrágio da Anna Karoline III no Amapá

Em 29 de fevereiro de 2020, no rio Amazonas, a embarcaçãonaufragou próximo ao município de Vitória do Jari, no Amapá.

Leia também

Publicidade