Foto: Sidney Oliveira/Agência Pará
Especialistas em educação e clima, lideranças indígenas e representantes de organizações que investem em educação na Amazônia dialogarão sobre o papel da educação como elemento transformador nas discussões climáticas e na promoção do respeito e da valorização da cultura e das tradições dos povos amazônidas no próximo dia 23.
As discussões farão parte do painel ‘Diálogo Clima, Educação e Equidade na Amazônia’, na Climate Week, em Nova Iorque (EUA), na Casa Amazônia, espaço dedicado à arte, imersão e aos aprendizados voltados para os saberes da floresta e das pessoas que nela habitam. A realização é da Casa Amazônia, em parceria com três organizações brasileiras: Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, MegaEdu e Motriz – organizações associadas da Fundação Lemann. As inscrições podem ser feitas neste link.
O painel terá mediação de Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, que receberá Daniel Nardin, fundador do Amazônia Vox; Rossieli Soares, ex-ministro da educação e atual secretário de educação do Pará; Adriana Guimas, pesquisadora e consultora em educação amazônica no programa Plantar, da Motriz; e Cristieni Castilhos, especialista em projetos educacionais e CEO da MegaEdu.
Os convidados refletirão sobre os temas “desafios e possibilidades da educação na Amazônia”, “conexão entre clima e educação” e “educação, cultura e natureza: a perspectiva dos povos originários”, sempre com ênfase na equidade e conectando às realidades dos povos amazônidas.
“A reversão da crise climática passa necessariamente pela mudança de consciência e atitude das novas gerações. O protagonismo da região amazônica neste processo também depende, em grande medida, de oferecermos condições para que as populações locais possam fortalecer a sua capacidade de gerar riqueza cultural, econômica e social em harmonia com a natureza e as tradições locais. Desta forma, não há como falarmos de clima e equidade sem falarmos de educação”, ressalta Anna Penido.
Para Adriana Guimas, pesquisadora e consultora em educação amazônica do programa Plantar, da Motriz, o evento é um espaço necessário de trocas.
“O mundo já sente na pele, e tende a ser cada vez mais frequente, o impacto das mudanças climáticas. Ter esse espaço de discussão em um evento tão importante como o Climate Week, marca um avanço significativo nas discussões sobre a sustentabilidade. Como manauara, fico muito contente em participar de uma iniciativa que reúne diversas lideranças indígenas, especialistas em clima e educação, e foca em compartilhar conhecimentos, ideias e soluções, que impulsionam mudanças”, afirma.
A região amazônica está entre as prioridades da MegaEdu, organização sem fins lucrativos que promove a conectividade com internet rápida nas escolas públicas, e acredita na capacidade dos indivíduos locais de usarem a internet como instrumento de defesa.
“É fundamental investir nas pessoas dessa região e a inclusão digital é capaz de proporcionar acesso a conhecimentos científicos, técnicos e contribuir na formação cidadã com respeito aos direitos dos povos originários, assim também como dá a oportunidade de compartilharem suas vivências e ampliar suas vozes. Estamos avançando, mas os números mostram a necessidade urgente de reforçar as ações estratégicas para reduzir o abismo digital, pensando também nas áreas remotas e comunidades indígenas, afinal a internet deveria ser o que une as pessoas, não parte do abismo que as separa”, conclui Cristieni Castilhos, especialista em projetos educacionais e CEO da MegaEdu.
Durante o encontro, representantes de organizações internacionais que investem em educação na Amazônia também serão convidados a participar da roda de conversa para compartilhar suas reflexões a respeito dos desafios e das experiências na região. O público em geral tem participação gratuita, mas limitada.
No material de divulgação, as organizações responsáveis pelo painel ressaltam que, “embora ainda muito ausente nessas discussões, a educação é crucial para enfrentar desafios ambientais, especialmente na Amazônia. Ela é capaz de integrar cultura local e questões ambientais, além de alavancar a formação de cidadãos e lideranças para que promovam mudanças significativas na região”.