‘Itinerários Amazônicos’ é apontado pela Unesco como um dos 5 exemplos de boas práticas de educação no mundo

Programa já impactou mais de 55 mil professores, cerca de um milhão de estudantes e tem presença em oito estados da Amazônia Legal.

Como empoderar estudantes para agir diante das mudanças climáticas? Um programa está atuando na Amazônia para transformar vidas por meio da educação. É o Itinerários Amazônicos, que tem o objetivo de oferecer formação e conhecimento aos professores da região.

Lançado em agosto de 2023 pelo Instituto Iungo, Instituto Reúna e rede Uma Concertação pela Amazônia, com investimentos do BNDES, Fundo de Sustentabilidade Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e Vale, o programa atua em oito dos nove estados por onde se estende a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins.

Desde então, já foram disponibilizados, gratuitamente, mais de 2.600 páginas de material curricular, com formação de mais de 55 mil professores, mais de 5.300 escolas impactadas, beneficiando cerca de um milhão de alunos do Ensino Médio. O programa reúne redes estaduais de ensino e educadores em torno da complexidade amazônica e de questões locais, regionais, nacionais e globais que se relacionam diretamente com o desenvolvimento sustentável.

Ele traz conteúdo sobre temas amazônicos em diálogo com as áreas de conhecimento previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e realiza a formação de professores para sua adoção nas salas de aula. Além de promover a aprendizagem em contexto, o conteúdo e a formação têm foco no desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes para que possam agir diante das mudanças do clima.

Por causa disso, em 2023, o programa Itinerários Amazônicos foi selecionado como um dos cinco estudos de caso exemplares no mundo de Educação sobre Mudanças Climáticas, em um relatório encomendado pela UNESCO e apresentado na Reunião Regional da Ásia e Pacífico ESD-Net 2030, em junho do mesmo ano, na Indonésia.

“Há, relativamente, pouco conhecimento de como os jovens estão adquirindo e aplicando competências, como resolução de problemas, inovação, pensamento crítico e criativo, a partir de programas e abordagens sobre as mudanças climáticas. A educação para esse assunto foca, em sua imensa maioria, em aquisição de conhecimento sobre ciclo de carbono, efeito estufa e gestão de recursos, em vez de abordar o que pode e deve ser feito em termos de comportamentos e de ação para mitigação e adaptação diante da crise climática. Os Itinerários Amazônicos são um exemplo de boa prática tanto em relação ao diálogo proposto com o contexto local – da construção do documento ao tipo de conteúdo e atividades propostas – quanto aos recursos e aos esforços dirigidos à formação de professores com foco em metodologias ativas e no sentido do desenvolvimento de competências e habilidades para a ação efetiva”, afirma o Dr. Phil Lambert, professor e um reconhecido especialista em educação no mundo, que apoiou o Brasil na construção da Base Nacional Comum Curricular.

Ações no Pará

Em outubro de 2023, o programa articulou junto à UNESCO, UNICEF, BID, BNDES, Porticus e Secretaria de Educação do Pará (SEDUC-PA) visitas conjuntas às escolas em Belém e no Marajó, para conhecimento da realidade da região e sobre como a iniciativa poderia atuar. Em novembro, foi realizado, junto com a Secretaria de Educação do Pará, o componente Educação para o meio ambiente, sustentabilidade e clima do Pará para o Ensino Médio e Fundamental (Anos Finais), englobando a produção de materiais pedagógicos e a formação continuada dos educadores da rede de ensino. Em dezembro do mesmo ano, eles apresentaram o material na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

“Com duas frentes complementares: materiais curriculares e formação continuada de professores e gestores escolares, o programa Itinerários Amazônicos visa a levar, de forma aprofundada, temas que tocam a região – como mudanças climáticas, questões sociais, culturais e econômicas – de maneira articulada com a Base Nacional Comum Curricular e os currículos estaduais de Ensino Médio”, afirma Paulo Andrade, presidente do Instituto Iungo.

Paula Marlieri, gerente sênior de Assuntos Externos da Hydro, destacou que “para a Hydro, fazer parte de um projeto com a dimensão e a potência da educação na Amazônia é um compromisso com todos. Essa junção de esforços é muito positiva para ações de grande relevância para a região. O mundo precisa saber e conhecer essa potência. Educar é mostrar a vida a quem ainda não viu”.

O programa Itinerários Amazônicos oferece conteúdos formativos gratuitos para educadores brasileiros através do canal do programa no YouTube: https://www.youtube.com/@ItinerariosAmazonicos ou no site oficial do programa.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Xote, carimbó e lundu: ritmos regionais mantém força por meio de instituto no Pará

Iniciativa começou a partir da necessidade de trabalhar com os ritmos populares regionais, como o xote bragantino, retumbão, lundu e outros.

Leia também

Publicidade