Alfredo Homma é premiado por legado de pesquisa sobre a Amazônia

Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Kingo Oyama Homma, foi agraciado com o Prêmio CNA Agro Brasil 2025.

Foto: Divulgação/CNA

O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Kingo Oyama Homma, foi um dos agraciados com o Prêmio CNA Agro Brasil 2025. A distinção, realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil ocorreu no dia 25, em uma cerimônia na sede da entidade, a profissionais que fizeram a diferença nas categorias “Destaque”, “Política”, “Pesquisa e Desenvolvimento” e “Comunicação”.

A premiação se torna muito mais emblemática, pois além de reconhecer o papel de Homma como uma das maiores referências nacionais em estudos socioeconômicos sobre a Amazônia, marca um momento simbólico de seus 55 anos de graduação a preparação para sua aposentadoria da Embrapa.

Leia também: Homma, por uma nova agricultura amazônica

A celebração reuniu, em uma noite de festa, o anfitrião e presidente da CNA, João Martins, junto a presidentes de Federações estaduais de agricultura e pecuária, diretores do Sistema CNA/Senar, embaixadores, parlamentares, representantes de entidades, lideranças do setor produtivo e convidados participaram da cerimônia no auditório da Confederação.

Ao discursar na abertura, João Martins deu as boas-vindas aos presentes e destacou a importância dos homenageados deste ano, pois “não apenas os que defendem o agro, mas sobretudo aqueles que defendem e lutam pelo engrandecimento do Brasil”.

Legado para a ciência da Amazônia

Alfredo Homma recebeu o prêmio da mãos do presidente do Instituto CNA, Roberto Brant. E foi agraciado por “seu conjunto de pesquisas e publicações contribuiu para a melhor compreensão sobre o real papel do extrativismo vegetal, permitindo a formulação de políticas apropriadas para a conservação e a preservação da biodiversidade da Amazônia e do mundo”.

Ao subir ao palco, o cientista declarou que não existe solução mágica para a Amazônia. Lembrou que leva tempo e é caro.

“Nós temos que enfrentar esses desafios”, defendeu.

Alfredo Homma é pesquisador da Embrapa desde 1970. Foto: Reprodução/Arquivo/Embrapa Amazônia Oriental

O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, afirmou que a premiação expressa o reconhecimento institucional a uma carreira que influenciou gerações de pesquisadores.

“A premiação concedida ao pesquisador Alfredo Homma é um reconhecimento merecido por sua trajetória exemplar. Essa homenagem coroa uma história profissional de mais de cinco décadas, consagrando-o como uma referência científica e profissional, não apenas para a Embrapa, mas para todo a ciência do país”, afirmou.

Carreira

Natural de Parintins (AM), Homma cresceu em um ambiente profundamente ligado ao extrativismo vegetal e à agricultura regional. Sua família participou diretamente da introdução da juta na região e também se dedicou a estudos sobre a pimenta-do-reino na Amazônia – dois produtos que mudaram a história econômica da região e moldaram as bases do desenvolvimento agrícola no Norte do país. Ao longo da carreira, Homma se tornaria uma das principais referências nos estudos dessas duas atividades e sobre o extrativismo.

Pesquisador da Embrapa desde 1970, Alfredo Homma construiu uma trajetória marcada por produção científica intensa. Ao longo de mais de cinco décadas, publicou centenas de artigos e diversos livros, consolidando-se como referência nacional em economia e sociologia rural. Residente em Belém, dedicou-se também a projetos de manejo de espécies amazônicas como bacurizeiros e dendezeiros.

Reconhecimento

O Prêmio CNA Agro Brasil reconhece personalidades que contribuem para o desenvolvimento sustentável do agro brasileiro. Às vésperas de encerrar sua carreira, o prêmio simboliza o reconhecimento público de um legado científico que moldou o pensamento sobre desenvolvimento rural e extrativismo na Amazônia.

Walkymário Lemos reiterou que o legado do pesquisador ultrapassa a produção científica e alcança um impacto direto sobre políticas, reflexões e caminhos para o desenvolvimento regional:

“Homma sempre defendeu que as vulnerabilidades tecnológicas da Amazônia não decorrem da reação das populações, mas da falta de acesso e de políticas públicas que as fomentassem. Sempre ressaltou a importância de combater o distanciamento científico e tecnológico das nossas populações amazônicas”.

*Com informações da Embrapa

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