Produtoras agrícolas levam conhecimento sobre agronegócio para crianças na Expoferr

Projeto 'Agroligadas', exposto no Parque de Exposição Dandãezinho, une 200 mulheres de Roraima para levar conhecimento sobre a agricultura e o agronegócio.

Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Uma organização de mulheres produtoras agrícolas criou uma forma lúdica e criativa de explicar e ensinar crianças sobre processo produtivo do agronegócio. Usando um painel interativo ilustrado, o projeto “Agroligadas” vai até as escolas levar informações práticas e curiosas para envolver os pequenos desde cedo no universo do agro, apresentando os diversos subprodutos que fazem parte do dia a dia.

O projeto está exposto na 43ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), que ocorre até este sábado (9), na zona Rural de Boa Vista. No estande da Expoferr aberto para todo o público, crianças de várias escolas de Roraima descobrem um pouco mais sobre o agronegócio e a importância de produtos como soja e carne bovina para o cotidiano.

Mariclaudia Possato, uma das coordenadoras do movimento em Roraima, conta que o objetivo do Agroligadas é desmistificar o agronegócio e aproximá-lo das novas gerações. Só no estado, são cerca de 200 mulheres que participam e ajudam no projeto que ocorre desde 2018 também em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Bahia.

Mariclaudia Possato é uma das coordenadoras do projeto em Roraima. Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Ao longo do ano, elas visitam escolas públicas e particulares, levando conhecimento de forma lúdica e interativa. Mariclaudia explica que as escolas costumam procurá-las para levar o projeto, tamanha é a aceitação e o impacto positivo.

De acordo com ela, a expectativa é que cerca de 3 mil crianças visitem o estande do Agroligadas somente nesta edição da Expoferr.

‍’De onde vem?’

Projeto Agroligadas em uma escola de Boa Vista, Roraima. Foto: Mariclaudia Possato/Arquivo Pessoal

O projeto “De onde vem?” é um dos carros-chefe da atuação do Agroligadas nas escolas. A ideia é mostrar para as crianças como cada etapa da cadeia produtiva do agronegócio está presente em diversos produtos do cotidiano.

Com atividades interativas, as crianças descobrem, por exemplo, que a soja, além de óleo, pode se transformar em plástico, biodiesel, produtos farmacêuticos e até ingredientes para alimentos como massas e chocolates.

“Outra atividade é voltada para a pecuária, onde as crianças descobrem que o boi, além da carne, gera subprodutos que são utilizados na fabricação de adesivos, plásticos, alimentos para animais de estimação e até componentes para a construção civil”, de acordo com Possato.

Foto: Mariclaudia Possato/Arquivo Pessoal

“Quando mostramos tudo isso, vemos o olhar de surpresa deles. São coisas que nem os adultos sabem e as crianças ficam encantadas ao descobrir que o agronegócio está em tantos aspectos da vida”, explica Mariclaudia.

O Agroligadas ainda oferece projetos como o “Capacitar para Transformar”, onde são realizadas palestras e encontros para mulheres do setor, com o objetivo de fortalecer e disseminar informações essenciais sobre o agronegócio.

“O movimento tem se mostrado um espaço fundamental para que as mulheres conquistem seu lugar em um setor historicamente masculino, reforçando a importância das nossas contribuições”.

Agroligadas

Lousa interativa do projeto Agroligadas. Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Tudo acontece de forma orgânica. De acordo com a coordenadora, o movimento cresce e se fortalece pela união de mulheres comprometidas com o futuro do agro. “A representatividade das Agroligadas é uma das nossas maiores forças. São mulheres que vestem a camisa, colocam a mão na massa e realizam projetos que fazem a diferença, tanto nas escolas quanto em nossas comunidades.”

Com uma atuação que já alcançou mais de 100 cidades e impactou cerca de 2 milhões de pessoas, o Agroligadas está presente em 17 estados e é um exemplo de como o agronegócio pode se transformar em uma ponte entre o campo e a cidade. “Queremos que as crianças cresçam entendendo o valor do agronegócio, e estamos aqui para mostrar que o agro vai muito além dos campos e fazendas”, finaliza Mariclaudia, reforçando o convite para que todos visitem o estande e conheçam de perto o trabalho feito com tanta dedicação.

O estande do Agroligadas está disponível até o final da Expoferr, e a coordenadora deixa o convite para que mais crianças e adultos participem. “Venham, tragam as crianças, é uma experiência de aprendizado para todas as idades”, convida Mariclaudia.

Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

A 43ª edição da feira começou nesta terça-feira (5) e segue até o dia 9 de novembro no Parque de Exposição Dandãezinho, localizado no Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista.

Chamada pelo governo de “Expoferr Show”, a feira agropecuária é organizada pela Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Roraima (Faerr).

Este ano, o espaço da feira deve ter mais de 93 mil m² em infraestrutura montadas no Dandãezinho. A expectativa é receber 500 mil pessoas nos cinco dias de festa e movimentar R$600 milhões em negócios.

*Por Caíque Rodrigues, da Rede Amazônica RR

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Dossiê “Amazônia contra o Antropoceno” aborda sociodiversidade da região

Na publicação constam nove artigos de arqueólogos, antropólogos e ecólogos, indígenas e não indígenas.

Leia também

Publicidade