‘SOS Beiradão’ é uma cartilha com o objetivo de orientar a população ribeirinha a respeito de como agir durante uma emergência, com uma linguagem acessível e de fácil entendimento
Estudantes e docentes da Faculdade de Medicina do Campus Altamira da Universidade Federal do Pará produziram a cartilha SOS Beiradão: Orientações Sobre os Primeiros Socorros Para Populações Ribeirinhas, com o objetivo de orientar a população ribeirinha a respeito de como agir durante uma emergência, com uma linguagem acessível e de fácil entendimento.
A cartilha foi trabalhada com um vocabulário simples e direto como forma de facilitar o entendimento das populações ribeirinhas sobre como proceder diante de eventualidades, como: parada cardiorrespiratória, queimaduras, acidentes com animais peçonhentos e afogamento.
As informações e as orientações são repassadas por meio da criação de diálogos entre personagens fictícios que pertencem à comunidade ribeirinha e que trazem questionamentos a respeito do atendimento correto nas situações de acidentes.
“A produção do material é de suma importância para integrar conhecimento acadêmico à comunidade ribeirinha e, com isso, gerar maior vínculo desses povos com a nossa universidade. Além disso, criar uma personagem que faz parte da UFPA gera identidade e estímulo para que eles frequentem o ambiente universitário”, pontua a professora Ozélia Santos, autora da cartilha com as estudantes de graduação em Medicina Larissa Coutinho e Samara Azevedo.
Para a professora, compartilhar conhecimento é substancial em qualquer âmbito da vida. Por esse motivo, a capacitação da população para situações que exijam intervenção imediata, como nos casos de acidentes, em que os primeiros socorros são fundamentais, faz com que vidas sejam salvas e prováveis sequelas sejam prevenidas.
“Levando em consideração o distanciamento das populações ribeirinhas e entendendo a dificuldade no deslocamento para uma intervenção profissional especializada, é de extrema importância e urgência a confecção de materiais que possam auxiliar no atendimento a vítimas de acidentes”, pondera.
Linguagem acessível
Além de abordar um tema muito importante de maneira didática, com imagens e diálogos com linguagem acessível, o material busca fazer com que os leitores se identifiquem com a realidade mostrada na cartilha. A base da realização foi feita no Projeto de extensão “Novo Tempo nas Águas”, em que as autoras entraram em contato com a comunidade da Ilha do Chicote para instruí-los sobre os procedimentos de primeiros socorros e para identificar quais eram as dúvidas e as dificuldades dos moradores do local. Ao observarem o grande engajamento da população, as autoras iniciaram a confecção do produto.
“Trabalhar com a linguagem ribeirinha torna possível o acesso amplificado à informação, contribuindo, dessa forma, para facilitar o entendimento sobre os procedimentos de primeiros socorros que devem ser realizados, visto que há inúmeros termos técnicos na maioria dos materiais sobre o tema. Diante disso, o nosso documento foi elaborado com linguagem simples e direta, visando ratificar os ensinos que foram feitos na comunidade da Ilha do Chicote e estender a toda a comunidade ribeirinha sobre como proceder diante das eventualidades mais comuns nessas regiões”, afirma Larissa Coutinho.
Em um primeiro momento, a cartilha foi feita para ser distribuída nos meios eletrônicos. Porém, de acordo com Samara Azevedo, as autoras pretendem realizar a impressão da cartilha, para que seja feita uma distribuição mais ampla nas comunidades que fazem parte da região do Xingu. “A partir disso, queremos produzir outros materiais vinculados à temática de primeiros socorros utilizando, para isso, sempre linguagens claras e objetivas, a fim de disseminar o conhecimento”, conclui a discente.
A cartilha
O material é produto de um projeto sobre suporte básico de vida, desenvolvido com comunidades ribeirinhas do Rio Xingu. Para conhecer a cartilha, acesse aqui.