Com intuito de proporcionar uma experiência saborosa e além de tudo nutricional, os blends tem sido alvo de pesquisas com frutas da Amazônia.
A Amazônia é uma região extremamente biodiversa em sua fauna e flora. Por suas riquezas imensuráveis, grande parte dos frutos da região ainda são pouco conhecidos cientificamente e consequentemente pouco explorados de maneira sustentável e econômica.
Com um grande mercado estruturado cultural e economicamente no imaginário popular de sucos de frutas, “prontos para consumo”, a busca por novos sabores e misturas faz o desenvolvimento de novos produtos um campo importante que impulsiona a indústria de alimentos.
Nesse sentido surgem os blends amazônicos, projeto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Mas afinal, o que são blends? Quais os benefícios? Confira no Portal Amazônia:
No dicionário, blend vem do inglês e significa unir, fundir, misturar. A engenheira química e pesquisadora na área de engenharia de alimentos Rafaella Mattietto explica ao Portal Amazônia que “a obtenção de bebidas a partir de frutas da região amazônica sempre foi alvo de pesquisas do Laboratório de Agroindústria”.
Sabor e nutrição
A formulação de blends evoluiu nas últimas décadas e não busca apenas um aspecto sensorial, mas também que proporcionem um acréscimo nutricional.
“Foi realizado um projeto de pesquisa visando avaliar a viabilidade técnica, onde o nosso objetivo era unir sabores que fossem agradáveis ao consumidor, além das bebidas terem um adicional em termos de composição química/nutricional, atingindo o mercado consumidor relacionado a saudabilidade.”
conta Mattietto.
Com isso e através de estudos foram desenvolvidas polpas de alguns frutos como açaí, camu-camu, cupuaçu, graviola, taperebá, manga, acerola, pitaia vermelha, por serem frutas comumente encontradas na região.
No estudo, os produtos desenvolvidos são naturalmente enriquecidos com compostos bioativos (antocianinas, carotenóides, fenólicos e vitamina C) e/ou nutrientes essenciais, provenientes das próprias polpas.
Blends
Rafaella conta que o projeto busca identificar potenciais misturas que possam ser tanto saborosas ao paladar quanto nutritivas
“Nossa atuação na pesquisa de agregação de valor, busca trabalhar espécies que tenham hoje um foco promissor (sabor/nutricional/funcional), mas que também tenham alguma produção em escala ou até mesmo abundância no extrativismo.”
relatou.
Nesse contexto, as últimas misturas estudadas foram:
– suco misto de açaí, cupuaçu e acerola;
– suco misto de taperebá, graviola e camu-camu.
Interessante, né?
Benefícios
Além disso, os sucos, prontos para beber, são 100% sem uso de conservantes e tem como diferencial a presença de compostos antioxidantes (como vitamina C) em valores significativos.
Os compostos citados vêm sendo largamente estudados por seus efeitos benéficos ao organismo humano e uma dieta rica nos mesmos colabora na redução de problemas como diabetes, artrite, doenças neurodegenerativas e cardiovasculares.
Por fim, a pesquisadora da Embrapa conta que os sucos são estáveis, com uma boa vida útil. Em relação a comercialização, os dois produtos são ativos expostos na vitrine para parcerias da instituição.
