Entre os estados da Amazônia Legal, o Amazonas foi o que mais avançou no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) em 2015, subindo 12 posições, e também o que ficou na melhor colocação, em 11º lugar no ranking nacional. Por outro lado, o Maranhão foi o pior colocado da região, ficando em 25º lugar. A avaliação é realizada em todo o mundo e avalia as habilidades de estudantes até 15 anos nas disciplinas de Matemática, Leitura e Ciências.
No comparativo da média geral entre 2012 e 2015, das 27 unidades federativas, 13 cresceram e 14 diminuíram suas pontuações. Espírito Santo, Paraná e Distrito Federal são os três primeiros colocados do Pisa de 2015. A Amazônia Legal se destacou entre os estados que apresentaram crescimento no Pisa 2015 na média geral e nas três áreas avaliadas, em relação ao Pisa 2012: Amazonas, Acre, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná e Roraima. No Brasil, foram selecionados estudantes das 27 Unidades da Federação. Participaram 23.141 alunos de 841 escolas, que pela primeira vez fizeram uma aplicação totalmente computadorizada.
Além do avanço no ranking, o Amazonas também foi o Estado que mais cresceu na média geral e em Matemática, tinha 356 (2012) e agora tem 378 (2015), um ponto manis que o Acre. Também cresceu em Ciências, empatando na média com Roraima, 207 pontos.
Roraima foi o Estado que mais cresceu em Leitura, tinha 377 (2012) e agora tem 403 (2015) pontos, um aumento de quase 7% em relação ao exame anterior. Nessa mesma categoria Amazonas e Acre também atingiram a maior média da região, alcançado ambos 407 pontos.
Explicação para o avanço
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rossieli Soares da Silva, que foi secretário de Estado de Educação do Amazonas no período de agosto de 2012 a maio deste ano, destaca que o protagonismo e a valorização do professor em sala de aula através dos Grupos de Trabalhos aliados à disponibilização de simulados aos estudantes foram medidas encontradas dentro da própria rede para o Amazonas ter atingido tão bom desempenho no Pisa 2015. “Enquanto o Brasil apresentou uma queda em Matemática em relação a edições anteriores do Pisa, o Amazonas foi o Estado que mais cresceu, entre todas as Unidades Federativas”, ressalta.
Avaliação
No Brasil, a avaliação trienal de estudantes com idade entre 15 anos e 3 meses (completos) e 16 anos e 2 meses (completos) no início do período de aplicação é responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) – uma autarquia do MEC.
O perfil típico do estudante brasileiro participante foi do sexo feminino (51,5%), matriculado no ensino médio (77,7%) de uma rede de ensino estadual (73,8%), localizada em área urbana (95,4%) e no interior (76,7%). A prova é coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi aplicada no ano de 2015 em 70 países e economias, entre 35 membros da OCDE e 35 parceiros, incluindo o Brasil.
Mais da metade dos estudantes brasileiros na faixa dos 15 anos está abaixo do nível básico de aprendizado em leitura, matemática e ciências. Análises e reflexões sobre o desempenho desses estudantes no Pisa foram apresentados na manhã desta terça-feira (6), no seminário Pisa 2015, no Inep, em Brasília.
De acordo com os dados apresentados, sete em cada dez alunos na faixa dos 15 anos está abaixo do nível 2 de proficiência em matemática, considerado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o nível básico de aprendizagem e participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas em um mundo globalizado.
Em ciências, foco desta edição da avaliação internacional, pouco mais de 40% dos estudantes brasileiros atingiram pelo menos o nível 2 desta escala. Em leitura, 51% dos estudantes estão abaixo do nível 2. Da última edição do Pisa, em 2012, para a mais recente não foram registradas diferenças estaticamente representativas, a não ser em matemática, que teve piora nos resultados.
Na avaliação do ministro da Educação, Mendonça Filho, esse resultado representa uma tragédia para o futuro dos jovens brasileiros. “O que pudemos constatar diante desses números é que a grande maioria desses jovens não têm o conhecimento mínimo necessário para exercer a cidadania de acordo com padrões do mundo globalizado no qual vivemos”, disse. “Isso é extremamente preocupante e reforça, ainda mais, a necessidade de urgência na adoção de medidas que possam mudar esse cenário em médio e longo prazos.”