Varejo segura recuperação de vagas no Amazonas

No Amazonas, o setor do comércio foi o que mais perdeu vagas formais entre os setores de atividades no primeiro mês do ano. No total, foram 3.011 pessoas contratadas com carteira assinada contra 3.921 que perderam ocupação, totalizando 910 postos de trabalho perdidos em janeiro. O resultado foi puxado principalmente pela atividade varejista que encerrou 1.124 empregos.

Em janeiro de 2016, o comércio chegou a fechar 1.855 vagas, quando houve 2.734 contratações e 4.589 desligamentos no período. Nos últimos 12 meses o índice do comércio amazonense se manteve negativo ao contabilizar 3 7.4 75 contratações contra 3 9 . 9 3 8 rescisões contratuais. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para o presidente da assembleia geral e do conselho superior da  Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, o volume de demissões no setor é atribuído à crise econômica que atinge todos os setores da economia. “Mesmo com diversas em presas do setor se reestruturando muitas fecharam as portas, a exemplo da rede City Lar. Infelizmente é a maior recessão da história que atingiu duramente além do comércio, a indústria, serviços e outros setores econômicos e, os números negativos mostram isso, comentou Bicharra.

O empresário se mostrou otimista em relação as medidas econômicas adotadas pelo governo federal. “Pode ser que no segundo semestre de 2017 haja alguma melhora decorrente delas, o que pode gerar novos investimentos e reconquista da crdibilidade no meio empresarial”, destacou.

Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio
Já o setor de serviços apareceu como segunda atividade com maior contribuição para o resultado negativo no Estado, ao totalizar 705 vagas perdidas. Foram 3.471 pessoas contratadas, em sentido contrário 4.176 perderam ocupação, uma retração de 0,43$ em relação a dezembro de 2016. No igual mês do ano anterior, a diferença entre as admissões e desligamentos foi de menos 578 vagas, quando houve 3.476 contratações de carteira assinada contra 4.054 demissões. Referente aos últimos doze meses, o segmento contratou 50.075 pessoas, demitiu 56.780 colaboradores, com saldo negativo de 6.704 postos de emprego. 

Segundo Bicharra, atividades como salão de beleza, serviços relacionados ao turismo e à hotelaria, assim como o ramo de alimentos são os mais afetados e como resultado, acontecem as demissões. “O setor de serviços cresceu muito nos últimos anos, mas podemos destacar os segmentos de turismo e hotelaria que investiram muito para a Copa do Mundo de 2014 e não obtiveram o retorno previsto. Então, ficaram no prejuízo e não conseguiram se sustentar no mercado”, completou o empresário. 

De acordo com o levantamento, no Amazonas foram extintas 1.426 vagas com carteira assinada só em janeiro deste ano. Ao todo foram 10.562 contratações contra 11.988 desligamentos nesse período. Já no mesmo período do ano anterior, houve 9.247 pessoas admitidas e 14.015 demitidas, o resultado representa saldo negativo de 4.657 postos. Nos últimos 12 meses o número de vagas encerradas chegou a .15.687.

Apesar de o índice ainda ser negativo, os indicadores mostram uma diminuição expressiva quanto ao fechamento de postos de trabalho.

Saldo positivo

O Caged também apontou que a indústria de transformação, estimulada principalmente por material elétrico e de comunicações foi o setor que mais contratou em janeiro no Estado. Durante o mês fora 3.093 contratações contra 2.306 demissões, chegando a contabilizar um saldo positivo de 787 postos de trabalho no pátio industrial. A variação foi de 0,77% se comparado ao último mês de 2016. No entanto, ao levar em consideração os últimos 12 meses, a diferença entre contratações e demissões foi negativa. Ao todo, foram 30.704 contratações contra 35.542 desligamentos nesse período, representando saldo negativo de 3.838.

Na avaliação do presidente do Centro da Indústria do Estado do amazonas (Cieam), Wilson Périco, a redução no volume de demissões nãos significa que houve recuperação na atividade industrial. “Isso quer dizer que as empresas estão operando com o quatro mínimo de colaboradores necessários à produção. Infelizmente a atividade industrial continua em queda, o que afeta os empregos do setor”, disse.

Para Périco, a estabilidade só será sinalizada depois de uma recuperação econômica e fabril. “O que depende das medidas econômicas adotadas pelo governo federal”, frisou.

Manaus

Em janeiro deste ano, foram encerradas 1.128 vagas na capital amazonense, resultado de 9.873 contratações contra 11.159 demissões. De acordo com o Caged, o comércio perdeu 908 vagas. A atividade foi responsável por 2.885 contratações e 2.133 demissões. O setor de serviços foi o segmento com o segundo maior número de postos de trabalho em Manaus.

Foram 3.370 contratações contra 4.051 demissões, chegando a 681 vagas perdidas no segmento. Em contrapartida a indústria teve saldo positivo de 752 vagas na capital, no primeiro mês do ano. A atividade contabilizou 2.885 contratações contra 2.133 demissões.

Em relação ao cenário nacional, 40.864 vagas de emprego formal foram fechadas em janeiro no Brasil, segundo a Caged. O resultado foi consequência de 1.222.262 admissões e 1.266.126 desligamentos. Em janeiro de 2016, no entanto, a diferença negativa era de 99.717 vagas, mais do que o dobro de agora.

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