Varejo migra para os quiosques nos shoppings

Com a redução de espaços físicos, muitas marcas têm preferido investir em quiosques nos corredores de shoppings. O espaço é mais simples e barato, além da instalação ficar em pontos estratégicos que transitam diariamente uma grande quantidade de pessoas.

Quem resolveu apostar neste segmento foi a empresária Lara Damasi. Há três anos no mercado, ela é proprietária do empório que leva o nome da família. “O quiosque é mais atraente porque ocupa menos espaço, tem operação mais enxuta, uma visualização melhor onde o cliente passa e por impulso acaba consumindo”, afirma.

Quiosque ‘Empório Demasi’. Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio

Apostando em produtos saudáveis o primeiro ponto foi lançado no Amazonas Shopping em 2014, mas hoje também conta com unidades no Manauara e UAI shopping. “O nosso objetivo era divulgar a marca e com o grande sucesso já temos previsão até o final deste ano de mais um ponto no Millenium”, garante Lara. Segundo ela, com a crise esse nicho de mercado virou tendência devido ao baixo investimento. Em uma só unidade, a rede fatura uma média de R$ 2 mil por dia.

Nos shoppings existem quiosques de todos os tamanhos, criando assim uma gama de opções de negócios a serem instalados. Outro empresário que investiu em espaços mais democráticos foi a empresária Monica Abreu. Ela assina sua própria marca regional de bolsas e acessórios. “Eu gosto do quiosque porque está no caminho da pessoa, ela já para e não tem o compromisso de comprar. Em uma loja é diferente porque se você não vai comprar nada, você já fica com receio de entrar e perguntar o preço de determinado produto para não fazer o vendedor perder a vez”, explica.

Com produtos exclusivos, a marca existe há mais de 15 anos e já atende os públicos do Manauara Shopping, Amazonas e Ponta Negra. Segundo a empresária, não existe mais o pensamento que os produtos dos quiosques são desvalorizados. “Hoje isso não se sustenta, porque até grandes marcas estão investindo nesses pontos”, destaca.

Com espaço reduzido, a quantidade de funcionários também é enxuta, o que reduz as despesas. Juntos, os quiosques de Mônica empregam 12 atendentes. No entanto, a quantidade de produtos oferecidos também é menor. “É produzido no ateliê quase cinco mil peças mensal e conseguimos manter uma boa média de vendas, há uma rotatividade de produtos grande e sempre que chega peça nova, tenho que tirar algum produto porque o espaço do mostruário e estoque são reduzidos”, ressalta Monica. Para a empresária, com a estrutura de uma loja a marca ganha peso e tem espaço maior para armazenar as mercadorias. “Eu optei por quiosque porque a montagem é bem rápida, enquanto a loja tem todo um custo. Inclusive, já ofereceram lojas para locar, mas eu tenho receio e prefiro esses espaços”, finaliza a empresária.

Atraindo novos negócios

Há 4 meses o proprietário Marcelo Saunier resolveu abrir o Restaurante Kiñapira em formato de quiosque. Segundo ele, esses espaços são considerados investimentos menores com retorno mais rápidos. “Com os custos menores você consegue fazer preços mais atrativos e isso gera um fluxo maior, uma rotatividade da compra e venda que consegue ter mais dinheiro no caixa”, afirma. O empresário informa que para montar uma loja, o custo é seguramente três vezes maior do um ponto, sem contar com o custo de condomínio.

Ele acredita ainda que em momento de crise as pessoas ficam retraídas de entrar em grandes lojas por conta dos altos preços. “O quiosque sem dúvida aproxima a ideia daquela banca de rua, mais informal e barata fazendo o cliente ficar mais à vontade para chegar”, sentencia. Com o sucesso do espaço no Amazonas Shopping, o empresário já pensa em expandir o negócio de gastronomia. “Nó estamos iniciando uma filial no mesmo formato de quiosque no Millenium e vamos começar também atender delivery”, adianta. “Mas estamos estudando a possibilidade de alugar uma loja, mas isso seria mais à frente quando a economia der uma suspirada”, finaliza Saunier.

Franquias apostam neste tipo de venda

Atualmente, as principais empresas estão possibilitando aos interessados ambas as modalidades de franquias, permitindo que o próprio franqueado escolha a opção que mais lhe agrada. Em alguns casos, a franquia em forma de quiosque chega a ser até 40% mais barata tornando o negócio muito mais em conta.

A Chilli Beans, importante marca de óculos de sol e de grau faz uma seleção rigorosa dos interessados em tornar-se franqueados. Para ter um quiosque da marca deve-se estar disposto a desembolsar no mínimo R$ 155 mil. “A loja tem um custo muito alto, ao contrário do quiosque que chegam a faturar mais”, afirma a vendedora de uma das franquias, Franciane Sena. O prazo para retorno do capital investido é de 36 meses. A marca de reconhecimento internacional possui em Manaus 13 pontos entre quiosques e lojas. Já a taxa de franquia da Contém 1g custa R$ 15 mil e o faturamento médio mensal é de R$ 50 mil. O retorno do capital investido é de 24 a 36 meses.

Outra marca é a Mr. Pretzels, que fornece massas com diversos sabores. O grande atrativo é o lanche rápido e prático. Para se tornar um franqueado da rede o custo total médio é de R$ 85 mil. Com um grande público consumidor, a franquia das sandálias de dedo havaianas tem investimento aproximado de R$ 80 mil, com média de faturamento de R$ 30 mil.

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