Com o objetivo de tirar do papel a proposta do polo naval e dar início a sua construção para desenvolver as atividades do setor, o Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval-AM), estuda mecanismos para implantar uma federação naval e ganhar força institucional para a consolidação do projeto na região amazônica.
Para o presidente do sindicato, Matheus Araújo, a iniciativa faz parte de um planejamento, que a princípio visa solicitar uma audiência junto ao governador do Amazonas, Amazonino Mendes, exigindo um posicionamento frente ao assunto e uma reunião com o presidente Michel Temer, para sugerir a possibilidade de incluir o projeto no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
“De início estamos solicitando uma audiência com o governador Amazonino Mendes, que provavelmente será na próxima semana, para mostrar o potencial e os benefícios econômicos que o setor pode trazer para a região. A audiência com o presidente Michel Temer tem como objetivo fazer com que os planos do polo sejam incluídos no PAC, porque entendemos que o polo naval não é só do Amazonas e sim do Brasil. Também é um interesse nacional por envolver uma região importante como a região amazônica”, disse.
Segundo Araújo, uma das dificuldades da implantação do projeto é a não aceitação das comunidades do entorno da área onde ele seria construído, e em reunião realizada, ontem (12), na sede do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM), a entidade exigiu do governo do Estado, a continuidade do plano e sugeriu algumas medidas de ação para que a situação fosse resolvida.
“O Ministério Público exigiu do governo a continuidade do projeto e deu duas opções: ou fazer um protocolo de um ano obedecendo a etapa de estudo de trabalho em parceria com o MP ou realizar uma reunião com as comunidades tradicionais, como os ribeirinhos para falar dos benefícios a estes”, disse.
É um projeto social com escolas profissionalizantes para preparar a mão de obra local para trabalhar no polo gerando emprego e renda a eles. Queremos inserir as pessoas da comunidade no mercado de trabalho, com qualificação e escola profissionalizante em parceria com o Senai, principalmente com a mão de obra jovem. Não queremos tirar as atividades de ninguém e nem prejudicar o meio ambiente. Quem trabalha com pesca continuará com a pesca de forma regulamentada”, disse.
Araújo ressaltou, que além dos benefícios econômicos para o Amazonas o projeto é uma oportunidade de ser um modelo nacional para outros Estados dentro do segmento devido a sua estrutura diferenciada.
“Manaus tem o imposto de importação reduzido, facilidade da isenção fiscal. A cidade pode dar isenção para qualquer empresa ou estaleiro de até 75% de imposto de renda ou até 100%, dependendo da atividade. Temos uma gama de oportunidades que o polo naval pode oferecer para a cidade e muitos benefícios para economia da nossa região. Muitos Estados não têm um polo naval organizado. Se trabalharmos de forma organizada, seguindo os estudos, seríamos um modelo para outros Estados”, concluiu Araújo.