Rondônia integra o Arco Norte e escoa sua produção e parte da produção do Mato Grosso pela hidrovia do Madeira.
Com a safra de grãos crescendo no país, registrando em 2022/2023 uma produção de 322,8 milhões de toneladas, com grande parte desse volume destinada à exportação, os portos que integram o chamado Arco Norte seguem na liderança do escoamento de soja para a exportação. É o que aponta o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Pelo sistema do Arco Norte, passaram 33,8% do total nacional da oleaginosa exportada no mês de dezembro de 2023. No mesmo mês de 2022, eram 32,7% das exportações de soja pelos portos dessa importante via.
Porto Velho (RO) integra o Arco Norte e os portos que operam o transbordo de grãos no Estado, registraram crescimento nas operações. Novos investimentos estão sendo feitos, inclusive, de olho em atender essa crescente demanda pelo escoamento da produção agrícola. Rondônia atravessa um momento de expansão em sua produção agropecuária, com a capital se consolidando como um município produtivo.
Um bom exemplo dessa expansão é o Porto Organizado de Porto Velho, administrado pela Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph), que deve movimentar 2 milhões de toneladas de carga em 2024. Em 2023, as operações no Porto chegaram a 1,7 milhão de toneladas, sendo 1,5 milhão de grãos, com a soja sendo o carro-chefe. Para 2025, a expectativa é de 2,4 milhões. O Porto opera 24 horas.
2 milhões de toneladas de grãos
De olho nesse crescimento da produção em Rondônia e no Centro-Oeste, a empresa Cargill opera em Porto Velho transportando produtos pelo rio Madeira, do Brasil para o mundo, através do Arco Norte. Atualmente, por ano, são transportados cerca de 2 milhões de toneladas de grãos que passam pelo Terminal e portos que prestam serviços para a Cargill na capital de Rondônia.
A unidade em Porto Velho recebe soja e milho de Rondônia e do Mato Grosso, transportada em carretas, que é carregada em barcaças até Santarém (PA). De lá, os grãos são colocados em grandes navios cargueiros e levados pelo Atlântico até o seu destino final, abastecendo mercados em vários países.
Em suas operações de transbordo de cargas, a Cargill gera atualmente cerca de 93 empregos diretos e 27 terceirizados, totalizando 120 colaboradores entre os diretos e indiretos dentro do porto.
A Cargill está construindo uma nova unidade de transbordo de cargas, na Zona Urbanística Específica Portuária de Porto Velho (Zuep), na margem direita do rio Madeira. O novo terminal vai ocupar uma área de 50 hectares e terá capacidade para transportar mais de 6 milhões de toneladas de grãos por ano, na fase final de implementação.
A empresa alega que prioriza a mão de obra local, como um compromisso em todos os locais onde possui operações. “Isso já acontece em Porto Velho desde 2003, quando a companhia se instalou na região. Com o novo terminal, serão gerados cerca de 140 empregos diretos”, de acordo com o gerente do terminal de operações da Cargill, Enéias Melo.
Para a empresa, Porto Velho desempenha um importante papel na logística da região Norte.
“Com isso, o empreendimento vai ampliar a capacidade de escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste, posicionando a cidade como um ponto logístico ainda mais importante para o agronegócio brasileiro. Com certeza, é um empreendimento que vai gerar novas oportunidades de crescimento para Porto Velho”,
avalia Melo.
Sobre a expansão da empresa na capital, “o propósito da Cargill é conectar agricultores com mercados, clientes com ingredientes, pessoas e animais com os alimentos que precisam para prosperar. Assim, continuar investindo na região e no país faz parte da missão da companhia de ajudar a alimentar o mundo”.