Plano para o PIM na Indústria 4.0

No caminho sem volta da Indústria 4.0, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) já vislumbra a imersão total da cadeia produtiva amazonense na chamada “quarta revolução industrial” para os próximos dez anos. Na última terça-feira (4) a superintendente da autarquia, Rebecca Garcia apresentou na sede da Associação Nacional de Fabricantes Eletroeletrônicos (Eletros) em São Paulo o Plano Diretor Industrial (PDI) “Diretrizes Táticas para a área de Atuação da Suframa 2017-2025″. 

A Suframa prepara o PIM para a indústria 4.0. Foto: Diego Queiroz/ Jornal do Commercio

A discussão com lideranças nacionais do setor eletroeletrônico envolveu a automação, troca de dados e internet das coisas e seus impactos no Polo Industrial de Manaus (PIM), além de possíveis novos investimentos. “Conversar e trocar ideias com representantes da indústria de bens de consumo da linha branca, áudio e vídeo, além de portáteis, abre uma janela para atrair mais investimentos e fortalecer a indústria da Zona Franca de Manaus”, disse Rebecca Garcia.

De acordo com a superintendente as ações da autarquia, a partir do conceito da Indústria 4.0 -visam acompanhar o que já vem acontecendo em todo o mundo. “Nosso PDI contempla diversas áreas temáticas e diretrizes táticas, tais como Logística, Ciência e Tecnologia, Atração de Investimentos, Desenvolvimento Organizacional e Inserção Internacional, que estão associadas à Zona Franca de Manaus, à Amazônia Ocidental e ao projeto Zona Franca Verde, buscando integrar a instituição aos novos padrões globais de competitividade e integração tecnológica”, afirmou Rebecca.

O PDI sinaliza uma clara iniciativa da autarquia com vistas a organizar sua estrutura interna, instruindo o planejamento de suas atividades e de suas rotinas de trabalho, tornando a ZFM mais competitiva, disse Rebecca Garcia. “Precisamos desburocratizar e modernizar a prestação de nossos serviços, para que o movimento da Indústria 4.0 encontre também um governo 4.0. É muito importante que tanto o governo quanto a indústria vivam este novo momento para que possamos nos inserir cada vez mais no mercado internacional e nos fortalecer ao ponto de períodos de crise com mais facilidade e robusteza”, complementou a superintendente.

Investir

A Indústria 4.0 pede adaptação dos profissionais. Com fábricas mais automatizadas, novas demandas surgirão enquanto algumas deixarão de existir, como os trabalhos manuais. Abre-se um novo mercado para profissionais tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar, fazendo com que as fábricas inteligentes aumentem a demanda por P&D. O maior desafio causado pela indústria 4.0 reside nos investimentos necessários para acompanhar os novos tempos e na maior capacitação de pessoal.

Para o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, investir no conceito Indústria 4.0 não pode ser considerado despesa. “O retorno financeiro é garantido com maior produtividade, agilidade nos processos e maior procura por Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Mas cada empresa escolhe sua forma de trabalhar, se a automação, por exemplo, for vista como benéfica e trazer competitividade, deve ser implantada”, afirma.

Ações planejadas

O uso interno de dispositivos móveis interligando os setores de vendas, logística, estoque e controle de qualidade de empresas do comércio e indústria é algo inevitável para se manter no mercado de forma eficiente, disse o vice-presidente de expansão de mercado da Avanade (fornecedora global de soluções de tecnologia de negócios e serviços gerenciados) no país, Hamilton Berteli. “O que sugerimos é que estas ações sejam iniciadas em setores menos críticos, com pequenos projetos que possam ser feitos de forma rápida e em ambiente controlado, evitando atrasos no andamento dos negócios. Ao se constatar o sucesso destas, surgem patrocínios internos para novas mudanças”, conta.

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