Navio-porto surge como opção de logística para o Amazonas

Um consórcio formado por 40 empresas especializadas em navegação, entre nacionais e estrangeiras, projeta construir um navio-porto a 24 milhas da costa, entre os Estados do Amapá e Pará. A estrutura portuária visa atender ao Amazonas, nos segmentos do comércio e indústria. O projeto, que é capitaneado pela empresa IV PartnerShip, destinará o investimento de US$ 400 milhões. A ideia é que a construção do navio inicie no segundo semestre deste ano.

O diretor executivo da IV PartnerShip, Fernando Valente, explica que a empresa desenvolve o projeto há 4 anos, período em que o consórcio analisou as questões logísticas, de comunicação e de fornecimento de energia às empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Como conclusão, as empresas entenderam a necessidade de uma alternativa ao fornecimento de produtos à capital amazonense por menores custos logísticos.

Segundo Valente, o navio-porto receberá insumos da Europa, Estados Unidos e Ásia. A estrutura reunirá tecnologia avançada utilizada por todas as empresas integrantes do consórcio, especializadas em áreas como geração de energia, marinização, fabricação de guindastes, entre outras. O navio terá dimensão de 511 metros por 297 metros. Deste total, uma área de 40 mil metros será destinada a instalação de escritórios, clínicas ou demais negócios. A estrutura conterá ainda, quatro berços de atracação, dois externos e dois internos, com capacidade de receber navios com as maiores dimensões com até 400 metros de comprimento. 

Foto: Reprodução
“A área onde o navio será construído não integra o território brasileiro. Logo, é um território isento de cobranças de tributos relacionados a qualquer operação. Não dependemos da autorização do governo para operar. Isso vai beneficiar o operador portuário, os donos dos navios e a indústria. Consequentemente, o cidadão sentirá a redução no valor do produto final”, explica. “O navio que atracar na área desse porto em alto mar também está isento de apresentar documentações que são exigidas em território nacional. Mas, o documento da carga precisa apresentar”, completa.

De acordo com o empresário, o transbordo de contêineres acontecerá por meio de uma plataforma de compensação hidráulica, um equipamento que permite um equilíbrio do navio em alto mar. A carga poderá ser armazenada no porto e movimentada conforme a orientação da empresa, proprietária da carga por meio de balsas. Ele reforça que haverá maior demanda aos proprietários de balsas para o transporte dos contêineres até Manaus.

“A área será comandada pelas empresas locatárias. Uma empresa instalada em Manaus poderá ter uma filial no navio-porto e administrar com maior facilidade as cargas recebidas no navio. A empresa estará isenta de impostos. Estamos em fase de busca de parceiros para implementar o projeto”, informa.


Utilização do polo naval

Na primeira fase do projeto, pelo menos três empresas estrangeiras instalarão filiais em Manaus, especificamente na área pretensa à utilização do polo naval, no bairro Puraquequara, zona leste. O diretor executivo comenta que as peças utilizadas no processo de montagem do navio-porto serão fabricadas pelas empresas navais. Por isso, ele ressalta, que há pressa quanto à divulgação do projeto aos futuros parceiros (operadores portuários e proprietários de navios).

“Precisamos que o polo naval comece a funcionar para que atenda à demanda do navio-porto. As três empresas internacionais já estão preparadas para instalar escritórios na capital. Haverá fabricação de contêineres, de guindastes e demais peças”, comenta.

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