Foto: Ítala Batista/Rede Amazônica AC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na sexta-feira (8), o investimento de mais de R$ 800 milhões para recuperação da BR-364, rodovia que corta o estado e está em péssimas condições de conservação.
As obras vão acontecer nos lotes 1, 2, 7 e 8 da rodovia. Ao todo, serão mais de 318 km de estrada. O governo federal vai investir cerca de R$ 870,9 milhões nesse projeto.
“Sabemos o que significa pro estado ter uma estrada ruim. Estamos aqui hoje para dizer ao povo acreano que depois de [fazerem] obras sem respeitar as técnicas, porque o dinheiro não dava, estamos aqui para dizer que faremos uma estrada que suporte o inverno amazônico”, disse Renan Filho, ministro dos Transportes, em evento no Acre.
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Durante a solenidade, foi assinada a ordem de serviço que autoriza o começo das manutenções. As obras na BR-364 são importantes para ajudar no transporte da produção local, melhorar a mobilidade das pessoas e fortalecer a ligação do Acre com outros estados.
Lula desembarcou em Rio Branco com uma comitiva de ministros por volta das 9h45 (horário local). Esta é a primeira vez do presidente no Acre neste mandato. Ele foi recebido pelo governador Gladson Camelí no Aeroporto Plácido de Castro, na capital.
Os ministros da Educação, Camilo Santana; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; de Transporte, Renan Filho; de Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet; de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e de Desenvolvimento e Assistência Social, Welington Dias; além do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, acompanharam o presidente.
Do aeroporto, o presidente seguiu de helicóptero com o governador Gladson Camelí para a Casa de Acolhida Souza Araújo, que atende ex-hansenianos na capital, e depois para Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), empresa referência nacional na produção de castanhas.
A primeira programação da cerimônia foi a entrega de títulos definitivos. Cerca de 1,4 mil famílias vão receber os títulos e autorizações de uso da terra, segundo o ministro Paulo Teixeira.
Os documentos garantem o direito de morar e produzir em áreas rurais de vários municípios do Acre. Também serão criados três novos assentamentos:
- PA São Pedro do Icó, em Sena Madureira
- PA Edileuza Menezes, entre Bujari e Rio Branco
- PDS Assis, entre Porto Walter e Cruzeiro do Sul
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Trechos recuperados da rodovia
As obras vão acontecer em dois trechos principais da rodovia:
Lotes 1 e 2 – Esse trecho vai da divisa do Acre com Rondônia, passa por Rio Branco e chega até Bujari.
- São 156,4 km no total.
- Consórcio MSM/CSM V será responsável pelas obras.
- Lote 1 tem 98,6 km e vai custar R$ 196,2 milhões.
- Lote 2 tem 57,8 km e o valor é de R$ 170,9 milhões.
Lotes 7 e 8 – Ficam no Vale do Juruá, entre Feijó e Rio Gregório.
- A empresa LCM Construção e Comércio vai cuidar dessa parte.
- Lote 7 terá 69,9 km recuperados, com investimento de R$ 264,6 milhões.
- Lote 8 cobre mais 60,4 km e vai custar R$ 239 milhões.

Histórico de visitas ao Acre
Lula não esteve no estado durante os primeiros quase três anos de governo. Durante seus dois mandatos como presidente da República (2003 – 2010), o político esteve no estado em poucas ocasiões, sempre relacionadas a agendas de infraestrutura e programas sociais.
Entre as visitas oficiais, destacam-se:
- Janeiro de 2006: Lula inaugurou a ponte binacional sobre o Rio Acre, que liga o Brasil ao Peru, e anunciou convênios para assentamentos rurais em todos os municípios do estado.
- Julho de 2008: Fez uma escala técnica de cerca de 15 minutos no Aeroporto Internacional de Rio Branco durante uma viagem oficial à Bolívia, quando tratou do andamento das obras da BR-364.
- Agosto de 2009: Visitou Rio Branco para entrega de unidades habitacionais do programa Minha Morada.
Após o fim do mandato em 2010, Lula retornou ao Acre como ex-presidente em algumas ocasiões, como em novembro de 2015, quando participou de eventos em Brasiléia, Assis Brasil e Rio Branco, incluindo inaugurações e encontros sobre cadeias produtivas sustentáveis. Contudo, essas visitas não tinham caráter oficial do governo federal.
*Por Renato Menezes, da Rede Amazônia AC
