Indústria do Amazonas ainda teme desemprego no PIM

O volume de demissões do Polo Industrial de Manaus (PIM) vem caindo neste ano em relação a 2016. Ainda assim, representantes da indústria amazonense pedem cautela na análise dos dados.  Segundo os números do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), de janeiro a outubro foram demitidos 10,7 mil trabalhadores enquanto em igual período do ano passado, o volume de desligamentos chegou a 14.2 mil pessoas.

O resultado representa uma queda de 24% no comparativo anual. Em relação a outubro de 2016, o recuo foi de 30%. Até agora, março foi o mês que mais encerrou postos de trabalho com 1,7 mil homologações. Apesar de indicadores positivos, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, pede cautela ao analisar o resultado.

Segundo ele, não houve grandes investimentos no pátio industrial e as empresas ainda trabalham com capacidade limite de trabalhadores. “Os elementos da crise se mantêm presentes e não podemos falar em uma retomada. O anúncio das reformas (trabalhista, previdenciária e política) trouxeram uma dose de confiança, com isso o início de uma estabilidade econômica e leve recuperação gradual de empregos”, afirma.

Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio

Com as empresas do PIM operando com capacidade limite de mão de obra especializada, Azevedo projeta poucas contratações de temporários nesses últimos três meses do ano. Na avaliação do empresário, é preciso aguardar os desdobramentos políticos e econômicos do país para deslumbrar melhor desempenho da indústria em 2017.

“Temos que aguardar fatores que contribuam para a volta de credibilidade, o que influencia uma melhoria no ambiente de negócio”, frisa Azevedo.

Acumulado do ano tem queda

Segundo o Sindmetal-AM, de janeiro a outubro de 2016 houve registro de 14.278 demissões no PIM contra 10.794 desligamentos no mesmo período em 2017, uma queda de 24,4%.  No acumulado, março foi o mês que mais encerrou postos de trabalho com 1,7 mil homologações. Por outro lado, os meses que tiveram as menores perdas foram janeiro com 637 rescisões e julho, 687. Na comparação com outubro de 2016, quando houve 1.138 demissões, o recuo chegou a 30%.

A Samsung da Amazônia foi uma das empresas que mais demitiu funcionários no PIM nos dez meses deste ano. Ao todo, foram 847 trabalhadores dispensados pela multinacional no pátio industrial. Em seguida aparecem Moto Honda da Amazônia (722), Salcomp da Amazônia (640), Robertshaw (474), Flex (429), Cal Comp (271), LG do Brasil (264), Jabil do Brasil (264), Whirlpool (260) e Evadin (150).

O relatório do sindicato ainda apontou, que janeiro registrou o menor volume com 637 desligamentos, sendo 215 mulheres e 422 homens. Em fevereiro as demissões chegaram a 1.438 pessoas e em março esse número subiu para 1.711 trabalhadores.

No quarto mês do ano foram 1.165 rescisões contra 1.470 em maio. Em seguida, junho (757), julho (687), agosto (1.234), setembro (914) e outubro (789).

Saldo positivo

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês de outubro a indústria de transformação foi a segunda atividade que mais contratou no Amazonas ao contabilizar saldo positivo de 814 postos de trabalho entre admitidos e desligados. No total, outubro teve 2.617 mil contratações contra 1.803 mil desligamentos em todo o Estado. A variação foi de 0,81% em relação ao mês anterior.

No acumulado de janeiro a outubro, foram 26.285 contratações contra 25.840 demissões, ou seja, um saldo de 445 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, entre admissões e desligamentos da indústria amazonense totaliza menos 1.886 vagas, uma variação negativa de 1,82%.

Indicadores da Suframa

Segundo os dados mais recentes das empresas incentivadas do PIM, a mão de obra do polo em setembro totalizou 86.990 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados. Apesar de ser o melhor índice do ano, o número é 0,92% menor que o total registrado em igual mês de 2016, quando o pátio industrial contava com 87.806 trabalhadores. Na comparação com agosto deste ano, período em que o parque fabril reunia 85.975 trabalhadores o índice é positivo (1,18%). 

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