A indústria em Manaus foi o setor que mais demitiu em novembro, aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o levantamento, no penúltimo mês de ano foram 655 vagas perdidas no pátio industrial. Por outro lado, o comércio foi o setor que mais gerou empregos em novembro, com saldo positivo de 1.071 vagas. Ao todo na capital amazonense, foram 9.775 contratações contra 10.762 demissões, chegando a 987 vagas a menos. O resultado é 0,26 % inferior se comparado a outubro, quando o saldo entre as demissões e as contratações foi de 257 novas vagas. Em todo o Amazonas, foram 11.510 desligamentos e 10.431 contratações, resultando em 1.079 vagas de emprego encerradas.
Na avaliação do presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, os números negativos não são surpresa e são reflexo do desemprego e falta de confiança do consumidor. Em novembro, a indústria de transformação de Manaus totalizou 655 vagas perdidas, quando teve 1.907 contratações contra 2.562 demissões. “Não é surpresa para o setor, porque dependemos de um conjunto econômico para estabilizar e voltar a crescer, o que ainda não aconteceu no país, uma vez que o desemprego aumenta e as pessoas perdem o poder de compra e as que mantem o emprego, perdem a confiança”, disse.
Para Périco, mesmo em cenário agravado nos últimos meses pela greve dos auditores fiscais, o ideal é aguardar os efeitos das medidas anunciadas pela equipe econômica do governo federal. “Temos que esperar e não perder a confiança nas medidas que vão afetar a econômica ao longo de 2017 e deve estabilizar a linha de crescimento do país em 2018”, finaliza o presidente do Cieam.
O Caged também aponta que o setor de construção civil foi a segunda atividade com a maior contribuição para o resultado negativo do mês, ao totalizar 592 vagas perdidas. O setor de serviços apareceu, em seguida, com o fechamento de 446 vagas. Em sentido contrário, foram perdidas 1.071 vagas geradas no comercio, que tem forte peso no mercado de trabalho. Já o extrativismo mineral, com pequena participação, teve saldo positivo de 7 vagas.
Ao todo na capital, foram 9.775 contratações contra 10.762 demissões, chegando a 987 vagas a menos. O resultado é 0,26 % inferior se comparado a outubro, quando o saldo entre as demissões e as contratações foi de 257 novas vagas. No acumulado dos últimos 12 meses, a retração chega a 22.382 empregos perdidos, o saldo de 126.156 mil carteiras assinadas contra 148.538 desligamentos.
Mesmo em queda, o resultado de novembro de 2016 foi melhor do que igual mês do ano passado, quando o emprego formal em Manaus havia perdido 3.407 vagas. Em novembro de 2015, foram 9.037 admissões e 12.444 demissões. E o setor da indústria também teve peso no resultado negativo, com 2.817 vagas de emprego encerradas.
No Estado
De janeiro a novembro deste ano, foram encerradas 15.475 vagas no Amazonas, resultado de 121. 487 contratações contra 136,453 demissões. Conforme o Caged, a indústria, estimulada principalmente por material de transporte e material alimentícios, bebidas e álcool etílico fechou quase 3 mil vagas em todo o Estado, no mês de novembro. As atividades do setor foram responsáveis por 2.015 contratações e 2.794 demissões, um saldo de -779 empregos perdidos. Já a construção civil foi o segmento com o segundo maior número de vagas de emprego encerradas com 613.
O setor de serviços apareceu, em seguida, com o fechamento de 508 vagas, puxado pelas atividades de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação.
O comércio foi o setor do Estado que mais gerou empregos em novembro, com saldo positivo no emprego com a geração de 1.116 vagas, sendo 981 só no varejo.
Números no cenário nacional são altos
O desemprego atinge 12,1 milhões de pessoas, o que equivale a 11,9% de pessoas desocupadas no trimestre encerrado em novembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com o trimestre anterior a taxa de desocupação fechou em 11,8%. Já em relação ao mesmo trimestre de 2015, foi registrada uma alta de 2,9 pontos percentuais.
No total, o número de desempregados no país teve um crescimento de 33,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o equivalente a 3 milhões de brasileiros a mais em busca de trabalho. O contingente de pessoas ocupadas hoje é de 90,2 milhões.
Os setores que mais tiveram postos de trabalho encerrados foram: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura com queda de 4,7%, ou seja, 438 mil pessoas a menos. Em seguida aparece a indústria com redução de 8,2%, ou menos 1 milhão de pessoas empregadas no setor no período. Por outro lado, cresceram as ocupações nos grupamentos de alojamento e alimentação, 7,8% com 346 mil pessoas a mais, empregadas e outros serviços, 7,0%, o que representa 287 mil pessoas ocupadas.