Greve dos bancários atinge comércio em Manaus

A greve dos bancários completou 15 dias nesta terça feira (20) e começa a afetar setores econômicos de Manaus. Segundo a Associação Comercial do Amazonas (ACA) o pequeno aumento esperado no mês de setembro para o setor não deve acontecer, devido a paralisação da categoria iniciada no dia 6 de setembro. De acordo com o presidente da Assembleia Geral da entidade, Ismael Bicharra, embora boa parte dos serviços oferecidos pelos bancos possa ser feita nos caixas eletrônicos ou loterias, algumas operações necessitam de atendimento personalizado. Segundo ele, a paralisação dos bancários contribui para a queda no faturamento do comércio, uma vez que, diminui a movimentação de dinheiro no setor.

Foto: Suelem Gonçalves/Rede Amazônica

“Hoje quase todas as transações são feitas eletronicamente, no entanto há sim aquelas situações que precisa de o contato com o bancário, como descontar um cheque ou receber uma ordem de pagamento. Além disso, os caixas eletrônicos não suportam a transação de grandes volumes de dinheiro”, diz.

Bicharra conta que, o aumento esperado no mês de setembro para o setor não deve acontecer. “Essas dificuldades devem contribuir para a queda no faturamento do comércio já que interfere na movimentação do dinheiro do consumidor, a melhora que tivemos em agosto e que esperávamos em setembro possivelmente não teremos, mas ainda não é possível apontar dados. Sem a greve, teríamos mantido o bom faturamento que houve no feriado prolongado, já que muitos manauaras permaneceram na capital”, destaca o presidente da Assembleia Geral da ACA.

Na avalição do presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), José Roberto Tadros, a economia é afetada porque a circulação da moeda é considerada o coração do sistema capitalista. Ele explica que, as grandes empresas conseguem de forma mais fácil e simples quitar seus débitos. “Elas conseguem através de ordem pagamento ou outras formas, agora o cidadão comum que recebe o salário na boca do caixa ou quem depende da aposentadoria já fica mais difícil”, avalia.

Conforme Tadros, a paralisação acontece em um momento que o comércio está derrubado em razão dos erros de gestões governamentais anteriores, no entanto, segue otimista sobre o faturamento do setor neste mês. “Eu espero que não sejamos afetados, mas tudo é possível porque as pessoas de baixo poder aquisitivo recorrem a boca de caixa para sacar e a maioria não tem cartão de crédito. O trabalhador não pode ter perdas senão ele não consome”, argumenta o presidente da Fecomércio, acrescentando que, torce pela resolução da greve o mais breve possível.

Andamento da greve

Em 15 dias de greve dos bancários, mais de 90% das agências bancárias em Manaus aderiram ao ato. No interior do Amazonas, dos 104 estabelecimentos 47 estão de portas fechadas, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Amazonas (Seeb-AM). Na estimativa da entidade mais de 2 mil bancários interromperam as atividades na capital e interior do Estado por tempo indeterminado.

De acordo com presidente do Seeb-AM, Nindberg Santos, aproximadamente 90% das 93 agências de Manaus e quase 50% das 104 do interior estão com o atendimento suspenso. Em Manaus, mais de 1.600 profissionais da categoria aderiram à greve, que envolve bancos públicos e privados. A paralisação da categoria iniciou no dia 6 de setembro. “Já foram realizadas reuniões de negociações, mas as propostas oferecidas só nos deixaram mais chateados, porque entendemos que tem lucros e há como fazer melhor”, disse Ninberg.

Os bancários reivindicam reposição da inflação de 9,62% dos últimos 12 meses e mais 5% de aumento real, piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24) entre outras melhorias salariais. A última proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi de reajuste de 7% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e ainda abono de R$ 3,3 mil. Os bancários rejeitaram e decidiram manter a greve em todo país. “Sem previsão de novas negociações, a greve continua forte por tempo indeterminado”, afirma o presidente.

Segundo a entidade, as agências paralisadas em 100% na capital são da Caixa, Basa, Banco do Brasil, Santander, HSBC e Safra. O Bradesco e Itaú tem 90% do serviço interrompido. Além de Manaus, outros estabelecimentos de municípios como Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Iranduba, Parintins, Maués, Coari, Carauari, Tefé, Tabatinga e Humaitá também aderiram à greve. Em alguns municípios a paralisação é parcial nos bancos privados. De 104 agências, 47 estão sem atendimento no interior.

Canais alternativos

Para quem quer evitar atrasos nas contas, existem alguns canais alternativos para realizar transações financeiras: caixas eletrônicos, internet banking, o aplicativo do banco no celular (mobile banking), operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes, que são as casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados, são as principais opções que os bancos oferecem aos clientes para resolver as pendências no período. Durante a paralisação, os caixas eletrônicos serão abastecidos normalmente.

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