Fundo Amazônia: Nova usina de castanha em Beruri deve produzir 200 toneladas/ano

Castanha do Brasil, castanha da Amazônia… seja qual for o nome, a castanha é uma das principais e mais rentáveis cadeias produtivas do Estado, com forte impacto na economia. Comunidades e associações de extrativistas por todo o Amazonas contribuem para fazer dela um importante arranjo produtivo, recebendo inclusive incentivos por meio de parcerias entre poder público, institutos e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS). É o que acontece em Beruri, a 173 quilômetros de Manaus, tanto na sede como em comunidades na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçú-Purus e em terras indígenas.

Foto: Divulgação

Uma usina de beneficiamento de castanha já usada por produtores e extrativistas locais, e localizada na sede do município de Beruri, foi reformada e ampliada por meio do Edital Floresta em Pé, a chamada pública da FAS para arranjos produtivos. Com um aporte de R$ 150 mil, oriundos de financiamento do Fundo Amazônia/BNDES, o empreendimento recebeu melhorias de infraestrutura e foi entregue durante cerimônia com o secretário de Estado de Produção Rural (Sepror), Petrucio Magalhães, o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, e as deputadas estaduais Joana Darc e Alessandra Campêlo.

Com a nova usina, a produção de castanhas deve chegar em 200 toneladas beneficiadas ao ano, isto é, a produção final do fruto já sem cascas, só as amêndoas, e ainda um aumento da capacidade de armazenamento de castanha in natura em 750 toneladas por ano. Atualmente, produção anual da castanha já beneficiada gira em torno de 140 toneladas. É o que explica Sandra Soares Neves, e gestora da usina e presidente da Associação dos Agropecuários de Beruri (Assoab), a instituição que coordenou o projeto junto ao Edital Floresta em Pé e que recebeu o aporte financeiro.

“O Floresta em Pé nos promoveu esse recurso para ampliar a usina e isso vai aumentar a nossa capacidade de produção e o número de famílias extrativistas beneficiadas nas Unidades de Conservação e terras indígenas”, disse Sandra. Segundo ela, 344 famílias em 45 comunidades da RDS Piagaçú-Purus, das Terras Indígenas Itixi Mitari e Lago do Ayapuá e na sede do município de Beruri estão sendo impactadas diretamente com a produção de castanha. A expectativa é aumentar o número de famílias para 465, sendo 400 famílias extrativistas nas comunidades e 65 dentro da usina.

Foto: Divulgação

Investimentos e resultados

Entre os principais compradores de castanha da Assoab está a gigante de cosméticos Natura, além de restaurantes e redes de hotéis. Com o aumento da produção, a expectativa é alcançar mais clientes, o que segundo o secretário de Produção Rural, Petrúcio Magalhães, contribuirá com o PIB do Estado. “O PIB cresceu 7,5% e quem puxou isso foi a agropecuária, um saldo positivo que também atinge número de empregos formais”, disse. “Não é inventar a roda. Se tem essa usina aqui apta a receber benefícios, a aumentar a produção e melhorar a gestão, por que não fazer”, completou Petrúcio.

A chamada pública da FAS que investiu na nova usina de castanha, o Edital Floresta em Pé, também beneficiou outras 16 iniciativas no Estado, de manejo de pirarucu a artesanato e produção de mel, fortalecendo o empreendedorismo de base comunitária, a conservação ambiental e modelos inovadores de desenvolvimento sustentável. “É cuidando das pessoas que cuidamos da floresta. A floresta bem conservada gera empregos e riqueza. Aqui, por exemplo, temos 65 empregos, o maior empregador do município depois da prefeitura da cidade”, reforçou Virgílio Viana, superintendente-geral da fundação.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável na região e de melhoria de qualidade de vida dos povos que vivem na floresta. Por meio de programas e projetos, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação (UC) do Estado, em cooperação estratégica com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e apoio do Fundo Amazônia, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade