Segundo o Sindmetal-AM, de janeiro a agosto deste ano houve 12.177 homologações. Os meses de desligamentos mais expressivos foram fevereiro com 2.559 e março com o registro de 2.457 demissões. Em igual período de 2015 o sindicato contabilizou 21.478 rescisões. Os meses que tiveram maior volume de cortes foram em maio com 3.539 e julho com 3.485.
O diretor do sindicato João Brandão explica que desde 2014 as indústrias buscavam alternativas para manter os colaboradores na empresa. Porém, em 2015 a crise econômica nacional agravou e atingiu expressivamente a atividade industrial na capital o que resultou nos cortes em massa nas fábricas. Segundo Brandão neste ano, as empresas contam com quadro fabril reduzido, o quantitativo necessário para atender à demanda atual.
“As empresas investiram em vários recursos com o intuito de segurar o funcionário, como por exemplo, a suspensão do contrato e férias remuneradas. Em 2015 houve uma otimização do processo e hoje, as empresas operam com produções enxutas porque não houve aumento no volume de produção”, comentou.
Brandão ainda citou o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) implementado pelo governo federal no último ano como uma alternativa aderida por várias empresas do PIM. O programa permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com redução também do salário. “Algumas empresas já aderiram ao programa e continuamos recebendo as empresas no sindicato para tratar sobre essa alternativa”, disse.
O diretor afirma que apesar do cenário negativo, o sindicato registra diariamente uma média de dez contratações, número que segundo ele, desanima e descarta possibilidades de maiores índices para o final de ano. “As contratações acontecem lentamente. Não acreditamos em admissões para o final do ano porque a economia nacional não nos fornece indicativo de melhoras rápidas. Pode acontecer de em março do próximo ano termos novos resultados, positivos”, estima.
Para o vice-presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a redução de 43,3% no índice de demissões do PIM mostra que o maior impacto da retração econômica ocorreu em 2015, mas que neste ano ainda não houve recuperação e as empresas tentam manter os empregos existentes a partir da mão de obra qualificada operante.
“O impacto foi forte e as indústrias tiveram que se ajustar à nova realidade. Hoje, os empresários tentam manter os empregos que restaram. Mas, isso não significa que tivemos melhoria no índice produtivo. Continuamos com os resultados em queda”, explicou. Azevedo descartou a possibilidade de contratações para o período de final de ano.