Amazonas mira em mercado dos BRICS

A Índia está na rota de exportações do Amazonas para 2017. A expectativa é avançar nos volumes de vendas de manufaturados e commodities agrícolas e minerais, como soja, petróleo e alumínio. Entre janeiro e setembro deste ano, a exportação ao país indiano apresentou índice negativo de 24,47% na comparação ao mesmo período do ano passado. Para os empresários e representantes de classe, os resultados negativos devem ser estabilizados em decorrência das medidas econômicas implementadas pelo governo federal e pela busca de uma melhor relação bilateral. A Rússia, China, Estados Unidos, México e países da América Latina também estão na rota do Estado. 

Michel Temer participou da reunião dos Brics, em Goa, na Índia. Foto: Beto Barata/Presidência da República

Na avaliação do gerente executivo do Centro Internacional de Negócios do Amazonas (CIN-AM) departamento da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), José Marcelo Lima, as negociações entre o Amazonas e a Índia são promissoras. Ele afirma que atualmente a relação de exportação e importação com o país é considerada inexistente.

“É muito pouca e praticamente não representa quase nada para o Amazonas. Chegamos a ensaiar uma parceria há quatro anos atrás com a Índia na área de TI, mas infelizmente faltou interesse por parte dos empresários locais”, comenta o empresário. O país indiano faz parte do BRICS, um agrupamento econômico composto pelo Brasil, Rússia, China e África do Sul.

De acordo com Lima, os produtos que são exportados para a Índia e América latina são do Polo Industrial de Manaus (PIM), principalmente do segmento de duas rodas. A fim de ampliar o mercado no próximo ano, o país está na rota da busca de grandes mercados do Amazonas, junto com a Rússia, China, Estados Unidos, México entre outros. “A expectativa é avançar nos volumes de vendas de manufaturados e commodities agrícolas e minerais, como soja, petróleo e alumínio. Queremos investir cada vez mais em mercados de grandes potencias econômicos”, afirma.

A balança comercial amazonense, divulgada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), aponta que a Índia ocupa a 16ª colocação no ranking de exportações com movimentação de US$ 4,1 milhões entre janeiro a setembro deste ano. O resultado indica um crescimento de 57% nas vendas no mesmo período de 2015, quando registrou US$ 2,6 milhões. A Argentina lidera o ranking de exportações no Amazonas com US$ 88,4 milhões, seguida da Colômbia (US$ 77,5 milhões) e Venezuela (US$ 72 milhões).

Referente a importação, o país indiano ocupa o 15° lugar com faturamento de US$ 44,3 milhões nos primeiros nove meses deste ano, com variação de 8,56% comparado a igual período do ano anterior, quando as importações do Amazonas foram de US$ 40,8 milhões. No topo da lista de importação no Estado aparecem a China (US$ 1,6 bilhão), seguida da Coreia do Sul (US$ 493,9) e Estados Unidos (US$ 455,9). Lima destaca ainda que a redução no índice da exportação está relacionada a instabilidade política e econômica brasileira. No entanto, ele acredita que já há uma tendência de aquecimento nas vendas.

Eventos e feiras programados

Segundo os dados da balança comercial amazonense, as vendas no mês de setembro deste ano foram de US$ 50,2 milhões, com variação de 8,72% em relação ao mês anterior nas comercializações. A importação nesse período foi de US$ 606,1 milhões, com variação de 1,58% quando comparado a agosto de 2016. Já em setembro do ano passado, a exportação registrou US$ 56,6 milhões e a importação foi de US$ 760,6 milhões. Conforme o Mdic, nos primeiros nove meses de 2016, o Amazonas exportou US$ 439,2 milhões com variação negativa de 24,47% em relação a igual período de 2015, quando fechou aquele ano com US$ 581,5 milhões.

Dinamismo econômico

Na segunda-feira (17) o presidente Michel Temer se reuniu com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e empresários de ambos os países. Na ocasião, Temer afirmou que o Brasil passa por um “processo de transformação” e citou a PEC do teto, que limita o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos. Para Lima, as negociações que o presidente está fazendo com os indianos pode ser interessante para o Amazonas.

“Os países que compõem o BRICS foram isolados por conta da crise e a ideia é reativar todas as negociações para fomentar a exportação, inclusive com a Índia e a Rússia que estão na nossa pauta. Para este último país, já temos até eventos programados e feiras”, disse o gerente executivo do CIN-AM.

Entre os acordos fechados pelos governos brasileiro e indiano está, na área da atividade farmacêutica, um memorando para a cooperação na regulamentação de produtos. Já no campo agropecuário, foram fechados um acordo para a cooperação no desenvolvimento do genoma bovino e de tecnologias de reprodução assistida, além de um memorando para a cooperação em recursos genéticos, agricultura, zootecnia, recursos naturais e pesca.

Mercado emergente


Michel Temer na China com os presidentes da Índia, China, Rússia e África do Sul. Foto: Beto Barata/Presidência da República

O BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sendo considerado um mecanismo internacional que juntos formam um grupo político cooperativo. Os membros estão em estágio de mercado emergente devido ao desenvolvimento econômico. Hoje, são detentores de mais de 21% do PIB mundial, formando o grupo de países que mais crescem no planeta. Além disso, representam 42% da população mundial, 45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo. Destacam-se também pela abundância de suas riquezas nacionais e as condições favoráveis que atualmente apresentam para explorá-las.

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