O Amazonas encerrou 2016 com saldo negativo de vagas formais de trabalho menor do que o resultado verificado no ano anterior. Nos últimos 12 meses, o saldo na oferta de vagas foi negativo, com a perda de 18.048 postos de trabalho, número 52% menor do que o registrado em igual período de 2015, quando o saldo entre admissões e demissões chegou a menos 37.613 vagas.
Apesar de o índice ainda ser negativo, os números mostram uma diminuição expressiva quanto ao fechamento de postos de trabalho. Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), publicado na sexta-feira (20), pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o setor industrial foi o que manteve o maior quantitativo de rescisões contratuais, seguido dos segmentos de serviços e do comércio.
Segundo o Caged, em 2016 a indústria contabilizou o saldo negativo de 6.245 postos de trabalho, número obtido pela diferença entre as admissões e desligamentos no ano. A variação foi de 5,91%. Em 2015, a diferença entre contratações e demissões foi negativa de 27.777, com variação negativa de 20.76%.
Périco afirma que existe rotatividade quanto às vagas existentes nas indústrias. Porém, destaca que as contratações não se tratam de novos postos abertos. “O número de empregos gerados pelo PIM caiu. A rotatividade existe, mas é relacionada a uma vaga desocupada por uma pessoa que se aposentou ou pela troca por um funcionário com melhor qualificação, por exemplo”, explica.
O setor de serviços registrou o segundo maior volume de perdas de emprego no Estado. Em 2016, o segmento contratou 49.823 pessoas, demitiu 55.317 colaboradores, com o saldo negativo de 5.494 postos de emprego. A variação negativa foi de 3,17%. No ano anterior, a diferença entre as admissões e os desligamentos foi de menos 6.350 vagas, com variação de -3,54%.
O comércio fechou o ano com saldo negativo de 3.516 vagas e variação negativa de 3,47%. Em 2015, a diferença entre os contratados e desligados foi negativa de 596 postos.
“Estamos em uma crise difícil no país onde 2015 e 2016 foram de dificuldades e acredito que 2017 será de problemas econômicos também. Pode ser que no segundo semestre haja alguma melhora decorrente das medidas econômicas adotadas pelo Governo Federal, o que pode gerar novos investimentos e reconquista da credibilidade no meio empresarial”, afirma. “Podemos destacar o setor de turismo que investiu muito para a Copa do Mundo e não obteve retorno. Hoje, enfrentam dificuldades por baixa demanda com ocupação que gira entre 20% e 30% da capacidade”, completa.
O setor da construção civil, por outro lado, apresentou equilíbrio na oferta de vagas formais de trabalho. Em 2016, o setor fechou o ano com saldo de 2.363 vagas, com variação de 8,27%. Em 2015, o saldo foi negativo, com 2.847 vagas a menos e variação de 8,65%.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, analisa que os números mostram estabilidade no cenário da construção civil no Estado. Ele afirma que o volume de contratações e demissões tem sido mantido, sem números expressivos.
“O cenário está mais otimista principalmente pelas notícias veiculadas a nível nacional sobre a situação econômica do país. A redução dos juros e da inflação consequentemente gera maior facilidade para o cliente na hora da compra. Também contamos com obras do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ neste ano no Estado, há previsão para que aconteça no Amazonas também e isso deverá movimentar o segmento”, disse.