Foto: Reprodução/Suframa
Nesta parte a coluna descreve o período sob gestão de Delile Guerra de Macedo, Manoel das Silva Rodrigues (engenheiro eletrônico dos quadros da Suframa egresso do Centro de Tecnologia Aeronáutica – CTA) e Mauro Costa. Neste caso, escândalos de corrupção que determinaram a extinção da SUDAM e SUDENE respingaram aqui (golpes do colarinho branco e máfia do açúcar). A SUFRAMA foi salva graças à intervenção do então ministro do Planejamento do governo FHC, José Serra, que nomeou o jovem Mauro Costa para a missão de sanear e reestruturar o órgão. Graças à excelência do trabalho levado a cabo tais escândalos jamais voltaram a se repetir.
Delile Guerra de Macedo, ex-presidente do Banco da Amazônia (Basa), como superintendente marcou o fim da intervenção na Suframa. Anunciado pelo ministro do interior, Ronaldo Costa Couto, no dia 2 de junho de 1986, tomou posse no dia 5, em Brasília, viajando em seguida para Manaus. Reestruturou a Autarquia, criou um Plano de Cargos e Salários para os Servidores, atualizou normas e procedimentos e desenvolveu intenso trabalho de divulgação da ZFM no país e no exterior voltado à atração de novos investimentos. Sua administração também ficou marcada pela forte atuação na informatização de sistemas e controles operacionais, que permitiu o recadastramento das empresas importadoras aqui estabelecidas. Projetou excelente imagem pública da Suframa e da ZFM ao promover eventos fora de Manaus para discutir problemas e apontar soluções, mostrando ao Brasil os produtos fabricados no então Distrito Industrial (DI). Permaneceu no cargo até 4 de agosto de 1987, quando pediu afastamento ao então presidente da República, José Sarney, e retornou à presidência do Basa.
Manuel Silva Rodrigues assumiu a superintendência em 4 de agosto de 1992, permanecendo no cargo até 10 de maio de 1996. Na sua gestão são fixados os primeiros processos produtivos básicos (PPB) provisórios e alguns definitivos; foram implantadas as Áreas de Livre Comércio de Guajará-Mirim/RO e Macapá-Santana/AP. Em 1994 elaborou o 1º Planejamento Estratégico da Zona Franca de Manaus, a partir de audiências promovidas junto a diversos públicos internos e externos, com vistas a redefinir a Missão e os Objetivos da Suframa como agência de desenvolvimento sub-regional. Inicia-se o processo de modernização e automação no Distrito Industrial (DI). O faturamento das empresas bate todos os recordes, mas o nível de empregos cai (resultado da automação das linhas de produção). Nesse período, sob a presidência do engenheiro Aluizio Barbosa, a FUCAPI viveu sua fase mais rica em soluções tecnológicas e no campo do ensino técnico.
Mauro Costa, empossado em 10 de maio de 1996, com a missão de fortalecer a ZFM e a imagem pública da Suframa, procedeu ações de modernização da entidade a partir da revisão do Planejamento Estratégico, fortalecendo a atuação da autarquia como agência promotora de investimentos na Amazônia Ocidental e de ações voltadas à atração de investidores por meio da participação em eventos de negócios no país e no exterior; assinou convênio com o Ministério das Relações Exteriores para viabilizar a participação da Autarquia e das empresas da ZFM em eventos do Programa Nacional de Promoção Comercial.
Costa priorizou o estabelecimento de novos critérios para aplicação de recursos por meio de projetos de pesquisa, ensino e extensão, estudos, promoção das exportações e infra-estrutura, com vistas a interiorização do desenvolvimento; bem como a realização de Estudos das Potencialidades Econômicas através da FGV para suporte a projetos econômicos locais e a criação do CBA em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Ciência e Tecnologia; a criação do Programa de Exportação da Amazônia Ocidental – Pexpam; e a reconstrução da sede da Suframa, que havia sido consumida por um incêndio em maio de 1994.
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).
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