O economista e suas responsabilidades sociais e econômicas

A Economia refere-se ao estudo de como as sociedades dispõem de recursos escassos para produzir bens e serviços valiosos e distribuí-los a diferentes grupos

O Conselho Regional de Economia (CORECON-AM) celebra, ao longo desta semana, o Dia do Economista, oficialmente, em 13 de agosto. Segundo seu presidente, Marcus Evangelista, importante programação está agendada, iniciando pela realização do 1º Hackathon de Economia – Amazonas, nos dias 8, 9 e10 (maratona sobre ideias voltadas a inovações tecnológicas); no dia 11, será realizada Mesa Redonda para discutir Zona Franca de Manaus-Tendências e Expectativas; no Dia 12, serão prestadas homenagens a personalidades eleitas pelo Conselho, e no dia 13, encerrando a Semana, será a vez do Café Econômico, quando serão debatidas questões concernentes ao tema “O Amazonas que Queremos”.

A Economia refere-se ao estudo de como as sociedades dispõem de recursos escassos para produzir bens e serviços valiosos e distribuí-los a diferentes grupos; o estudo da forma como se usam esses recursos visando a satisfação de necessidades humanas ilimitadas. Configurando a base nevrálgica do sistema econômico, dizem respeito à Terra (recursos naturais, florestas, minério, etc); Trabalho; Capital (os meios técnicos e físicos de produção) e à Tecnologia (de produto e processo) aplicada na produção de bens e serviços. Este, o maior desafio do processo de escolha de alternativas mais adequadas ao atendimento das necessidades humanas.

O pleno equilíbrio entre recursos escassos e bem estar pode, ao que se presume, ser entendido como desenvolvimento, conceito que, em síntese diz respeito a um estado de espírito potencializado pela coletividade. Cabe à sociedade, com efeito, a tomada última de decisões sob o comando político de lideranças responsáveis, inovadoras e comprometidas exclusivamente com os interesses do Estado. As soluções, todavia, não se restringem ao âmbito do profissional da Economia, mas a áreas congêneres e a instâncias superiores. Por isso, nem sempre funcionam, exatamente devido a que, embora o crescimento seja função direta de investimentos sólidos em infraestrutura técnica e operacional, em educação, ciência e tecnologia, esta via, por circunstâncias eminentemente partidárias, nem sempre é eleita pelo governante como prioridade de Estado.  

Foto: Freepik

Cabe ao economista pesadas responsabilidades subjacentes ao papel fundamental que exerce, levando-se em conta os encargos de diagnosticar, planejar, encontrar soluções e avaliar fenômenos econômicos e suas repercussões sobre a empresa e a sociedade, nos planos micro e macroeconômico. Para Celso Furtado, analisar a economia em todas suas complexidades com objetividade e rigor técnico corresponde exatamente a ter em mente que “o fenômeno econômico não pode ser captado fora de seu contexto e que para situá-lo nesse plano são necessários juízos de valor que pressupõem a aceitação de princípios de tal sorte a elaborar uma ciência econômica suficientemente eficaz para indicar a interdependência de fenômenos passados e presentes e inferir tendências com respeito ao comportamento futuro de variáveis econômicas relevantes”.

O objetivo fundamental de todos os que trabalhamos com ciências sociais, pondera Furtado, “é criar condições para o aperfeiçoamento do homem, harmonicamente desenvolvido. Não se pode desconhecer que, em um país subdesenvolvido, os aspectos econômicos inerentes a conquistas sociais são ao mesmo tempo urgentes e de grande vulto”. Nesse sentido, enfatiza Celso Furtado, “sobressai-se a necessidade de se levar em conta intransigentemente a premissa axiomática, evidente e verdadeira em si mesma, segundo a qual torna-se impossível educar o homem sem antes lhe matar a fome”. Contudo, salienta, “relegar a segundo plano outros aspectos do problema social seria comprometer o desenvolvimento subsequente da cultura que deverá moldar o homem do futuro”. Que neste novo dia 13 cada economista amazonense ou que aqui exerce a profissão avance convencimentos sobre o real papel que nos cabe no processo de desenvolvimento do Amazonas.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALC EAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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