Os projetos destinam-se também à infraestrutura comunitária, como praças, ginásios, quadras poliesportivas, centros de convivências e sistemas viários.
Atuando há 28 anos completados no último dia 8, a Companhia de Desenvolvimento do Amazonas (Ciama) tem se destacado como braço de apoio do Governo estadual junto às prefeituras do interior. Especialmente em projetos de engenharia, arquitetônicos e de desenvolvimento econômico e social. Referência feita à aplicação, na área de saneamento, de R$ 170 milhões, captados junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), aplicados em projetos de saneamento.
O presidente da Companhia, Aluizio Barbosa, salienta que, por meio de uma força-tarefa especial, a custo zero para as prefeituras, a Ciama trabalha na elaboração de projetos de sistemas de abastecimento de água e organização documental, tendo beneficiado, até o momento, 26 municípios do interior. Com uma agenda recheada de projetos direcionados ao fortalecimento da infraestrutura urbana das cidades interioranas, a meta é alcançar, até 2026, a totalidade dos municípios amazonenses.
Os projetos, segundo Barbosa, destinam-se também à infraestrutura comunitária, como praças, ginásios, quadras poliesportivas, centros de convivências e sistemas viários. A Ciama, simultaneamente, vem desenvolvendo, sem custo para a prefeituras, um bem sucedido programa de treinamento de Servidores Municipais, particularmente em elaboração de projetos de captação de recursos federais a serem aplicados em setores prioritários. Somente no período de 2019 a 2023 já foram capacitados mais de mil agentes públicos.
Exemplos se multiplicam. Em Rio Preto da Eva (distante 57km da capital), a Ciama implementa uma série de ações estruturantes. Dentre elas, o projeto do Distrito Bioagroindustrial da Amazônia (Biodarpe), que busca, por meio do incentivo à implantação de cadeias produtivas agroindustriais desenvolver matriz econômica em apoio ao Polo Industrial de Manaus (PIM). Na verdade, uma antecipação ao Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da região, programa de responsabilidade do Ministério da Agricultura (MAPA), que visa, sobretudo, a identificação das vocações econômicas das mesorregiões do Estado. O Biodarpe foi concebido para dar suporte a cadeias produtivas da bioeconomia, compreendendo todo o processo tecnológico, desde o cultivo, beneficiamento e à comercialização dos produtos.
Segundo o governador Wilson Lima, a ideia é tornar o Biodarpe protótipo a ser multiplicado, difundindo técnicas produtivas em relação a cultivos alimentares e o empreendedorismo nas sedes e zonas rurais dos municípios, incentivando igualmente o artesanato e a gastronomia. Na condição de maior produtor de citros do Amazonas, em Rio Preto foi utilizada a laranja como matéria-prima para a produção de iguarias diversas. Nos exercícios de 2022 e 2023, já foram realizados cursos de capacitação em gastronomia e gestão de negócios, capacitando cerca de 500 produtores. A partir dessas intervenções, Rio Preto da Eva já conta com empreendedores comercializando os produtos locais (geleias, compotas, doces diversos) com forte impacto sobre a geração de emprego e renda.
O programa já foi trabalhado exitosamente sobre a cadeia do açaí em Benjamin Constant, estendendo-se ao município de Alvarães, onde a equipe da Ciama, no período de 23 a 28 de maio, empreendeu ações derivadas dos Programas de Capacitação e Aperfeiçoamento Profissional e de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas. Foram realizados cursos de Beneficiamento do Açaí para produtores rurais e “batedores” de Alvarães, município que ocupa, segundo IBGE, a quarta posição no ranking dos maiores produtores do fruto no Amazonas; o curso Delícias do Açaí, direcionado a impulsionar a gastronomia local por meio da produção e comercialização de alimentos tendo o açaí como matéria-prima principal; e, por último o curso de Licitação e Contratos, Prestação de Contas e Controle Interno, destinados prioritariamente a funcionários públicos de Alvarães e de municípios adjacentes, como Uarini e Tefé.
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).
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