Casa de Chico Mendes tornou-se ponto turístico do munícipio. Foto: Alice Leão/Seet AC
Berço da Revolução Acreana e terra do patrono do Meio Ambiente Chico Mendes, o município de Xapuri, distante 188 quilômetros de Rio Branco, comemora 120 anos em 22 de março. Localizada na região oeste do estado e com mais de 18 mil habitantes, Xapuri tem sido não apenas um marco histórico, mas também um símbolo de resistência e cultura para o povo acreano.
A cidade, que nasceu nas margens do Rio Xapuri, carrega em sua trajetória um legado de lutas, conquistas e contribuição para o desenvolvimento do Acre.
O nome Xapuri, inclusive, tem origem indígena, significando “Rio Antes” em razão de a cidade estar localizada em uma posição de encontro de dois rios: o Xapuri, (que deu nome à cidade), e o Rio Acre.
Elevado à categoria de cidade em 1905 com a chegada de seringueiros e a exploração das riquezas da borracha, a ‘princesinha do Acre’ foi um dos principais motores econômicos da região nos primeiros anos do século XX. Porém, antes disto, o território foi berço do início da Revolução Acreana. A célebre frase de Plácido de Castro, ‘não é festa, é revolução’, foi dita em Xapuri.
O povoado surgiu por volta de 1883, logo depois de Volta da Empreza (Rio Branco). Xapuri também foi o berço de importantes ações no campo social, como a criação de reservas extrativistas e o fortalecimento da economia local por meio da agroecologia e do extrativismo sustentável.
Ao longo das décadas, a cidade foi palco de grandes eventos, como o movimento de resistência dos seringueiros e a luta travada por Chico Mendes, um dos maiores defensores da Amazônia e do meio ambiente no Brasil.
Chico Mendes, morto em 1988, é um dos maiores ícones de Xapuri e do Acre. Seu legado de preservação ambiental e defesa dos direitos dos trabalhadores rurais continua vivo na cidade, que carrega sua memória em praças, escolas e monumentos.
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Nos últimos anos, a cidade tem se destacado pela produção de alimentos orgânicos e pela aposta no ecoturismo, áreas que complementam o perfil rural e ambientalista do município, que segue sendo uma peça chave para o fortalecimento da identidade acreana e para a preservação de um dos maiores patrimônios naturais do Brasil: a Amazônia.