A Belle Époque amazônica foi proporcionada pela extração do látex e apogeu do ciclo da borracha no fim do século XIX e início do XX. Marcada pela intensiva modernização, principalmente das cidades de Manaus (AM) e Belém (PA), proporcionou avanços arquitetônicos em relação a outras capitais brasileiras. Ambas capitais possuíam energia elétrica, água encanada, rede de esgoto.
Em Belém surgiram o Theatro da Paz, Mercado de São Brás, mas o destaque vai para o primeiro cinema brasileiro: o Cine Olympia. Localizado na Avenida Presidente Vargas, no bairro Campina, o Cine Olympia é o mais antigo cinema em funcionamento do país.
O Portal Amazônia mostra sua história e características. Confira:
Um dos cinemas mais antigos do mundo, o Cine Olympia surgiu no auge da extração do látex na Amazônia. A sala de espera originalmente possuía detalhes de mármore de Carrara branca, um material de alta qualidade, e no teto, lustres de cristal.
Naquela época, o cinema era mudo, então havia uma orquestra ao lado da tela que era responsável por tocar a trilha sonora do filme. Além disso, as pessoas entravam por debaixo da tela, o que era um padrão em cinemas internacionais.
Linha do tempo
O cinema foi administrado inicialmente pelos empresários Carlos Teixeira e Antonio Martins, donos do então Grande Hotel, hoje nomeado Hilton Hotel. O objetivo era fazer um ponto de lazer para atrair frequentadores do Theatro da Paz e os hóspedes do Grande Hotel.
No declínio da borracha, os donos venderam o cinema para o banqueiro Adalberto Marques que transformou o espaço em ‘Cia. Cinematográfica Paraense Ltda.’, que posteriormente, em 1946, também vendeu esse e outros cinemas nos quais tinha posse para o cearense Luís Severiano Ribeiro.
Em 2006, o então dono estava sofrendo prejuízos com a manutenção do cinema, queda nas bilheterias e resolveu fechar. Por ser um sinônimo de referência afetiva para os belenenses, a prefeitura fechou um contrato com Severiano para manter o cinema como Espaço Cultural Cinema Olympia. Com quase 110 anos, atualmente o espaço além da exibição cinematográfica, também é usado para debates, simpósios, projetos culturais e seminários.