Pesquisadores identificam vestígios que podem estar entre os mais antigos encontrados no Amazonas

Seca revela sítio arqueológico pré-colonial em Urucurituba, no Amazonas. Foto: Divulgação/Sejuct Urucurituba

A seca do Rio Amazonas revelou novamente um sítio arqueológico na zona rural de Urucurituba, no interior do estado. O local fica às margens do rio, na vila Augusto Montenegro, e é conhecido pelos moradores há mais de uma década. 

Pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) visitaram a área no dia 12 de novembro e identificaram vestígios de cerâmica e ossos que ajudam a contar parte da história dos povos que viveram na região há séculos.

Leia também: Cerâmicas milenares são encontradas em sítio arqueológico no Amazonas durante a seca

Com a redução do nível do rio nos últimos anos, artefatos passaram a aparecer com mais frequência. Por isso, a Secretaria Municipal de Cultura pediu apoio ao Iphan, que realizou a primeira visita técnica ao local.

Segundo o arqueólogo Marco Túlio, do Iphan Amazonas, os vestígios são de um sítio pré-colonial e estão entre os mais antigos já registrados no estado.

“Além das cerâmicas e fragmentos, encontramos material ósseo, vértebras de fauna aquática, muito provavelmente de golfinho ou boto. Essas peças bem preservadas indicam que o local foi ocupado por muito tempo, e que essas populações viviam basicamente da fauna aquática”, explicou.

Pesquisadores analisam vestígios

Os pesquisadores também identificaram terra preta indígena, um tipo de solo escuro e fértil formado pela ação humana ao longo dos séculos.

Esse solo é um dos principais indícios da presença de povos ancestrais na Amazônia, que modificavam a floresta antes da chegada dos colonizadores.

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Para o secretário municipal de Cultura, Maick Soares, a descoberta reforça a importância da memória e do patrimônio histórico da cidade.

“Eles localizaram artefatos, cerâmicas e ossos não só humanos, mas também de vida aquática. É um trabalho que permite resgatar a história dos povos que viveram aqui e valorizar a cultura e a memória da nossa região”, afirmou.

Os artefatos serão analisados e devem integrar o acervo histórico de Urucurituba. A prefeitura pretende abrir o local para visitação e promover atividades com escolas e universidades.

*Por Liam Cavalcante, da Rede Amazônica AM

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