Pará preserva tradição bragantina em 226ª Festividade de São Benedito

Vários nomes importantes do estado participaram da celebração com traje típico, mostrando apoio à tradição local.

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A cidade de Bragança, na região dos Caetés, no Pará, se encheu de cores, ritmos e fé durante a realização da 226ª Festividade do Glorioso São Benedito, uma celebração que atraiu milhares de devotos para reverenciar o santo conhecido por sua intercessão e proteção. O evento é marcado por uma programação repleta de cerimônias religiosas, danças tradicionais e a presença marcante da comunidade local. 

Foto: Marcelo Lelis/Agência Pará

Este ano, a festividade teve a participação do governador do estado, Helder Barbalho, que compareceu vestindo o traje típico dos marujos. Agradecimento pela intercessão divina e amizade bragantina. 

A celebração começou cedo, com a realização do Terço e Novena a São Benedito às 7h, seguidos pela Santa Missa Solene no Largo de São Benedito. Às 9h30, o leilão beneficente atraiu a atenção dos presentes, contribuindo para a arrecadação de recursos destinados à manutenção da festividade. A preparação culminou em um almoço coletivo oferecido pelo Juiz da Festividade, criando um ambiente de confraternização entre os participantes.

A grande procissão com a imagem do Glorioso São Benedito percorreu aproximadamente quatro quilômetros, encerrando-se com uma Missa Campal.

Foto: Roni Moreira/Agência Pará

O ponto alto da festividade foi a apresentação da Marujada, uma dança tradicional que remonta ao final do século XVIII e é considerada um símbolo da resistência e da cultura afro-brasileira. Com trajes brancos e vermelhos, os participantes, sob a liderança da capitoa, desempenharam suas funções com maestria e devoção, encantando todos os presentes. O ritmo vibrante e os movimentos coordenados da dança atraíram olhares admirados, reforçando a importância da Marujada como patrimônio cultural.

Foto: Roni Moreira/Agência Pará

A Marujada de São Benedito não é apenas uma festa religiosa, ela representa a identidade cultural da região, unindo gerações em torno de uma herança rica que inclui a culinária, a música e, especialmente, a dança. A origem da Marujada, vinculada à criação da Irmandade do Glorioso São Benedito em 1798, é de por escravos que buscavam permissão para celebrar e ressalta a resiliência e a busca por dignidade por parte da comunidade afrodescendente.

Com a presença de mais de 100 mil pessoas, a festividade deste ano atraiu um público diversificado, demonstrando a força e a relevância da Marujada na atualidade. A organização do evento envolveu diversas instituições locais, incluindo a Diocese de Bragança do Pará e a Irmandade da Marujada de São Benedito, que garantiram a preservação das tradições e a continuidade desta manifestação cultural.

Gente como seu Valdonilo de Sousa Miranda que trabalha como ajudante de pedreiro e hoje foi ao centro da cidade em devoção ao Glorioso São Benedito.

Além de ser um momento de fé e devoção, a Marujada se consolidou como um evento turístico importante, atraindo visitantes de diferentes regiões do Brasil. A dança, com seus ritmos contagiantes e expressões artísticas, se tornou um atrativo a mais para quem deseja conhecer a cultura paraense em sua essência. 

Foto: Marcelo Lelis/Agência Pará

A Marujada de São Benedito foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural do Brasil. A conquista representa não apenas um reconhecimento à importância da festividade, mas também um compromisso com a preservação das tradições que moldam a identidade local.

Foto: Marcelo Lelis/Agência Pará

*Com informações da Agência Pará

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