Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Foto: Reprodução/Instagram-mestrelaurentino

João Laurentino da Silva, conhecido como Mestre Laurentino, foi sepultado na tarde deste domingo (22), no cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém (PA). Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil e faleceu nesse sábado (21), de causas naturais. Mestre Laurentino tinha 98 anos e completaria 99 anos no próximo dia 1º de janeiro. 

O marajoara cresceu na capital paraense onde formou família se tornando pai de 27 filhos. Durante sua longa trajetória, o artista desenvolveu seus talentos de maneira autodidata: ele adorava ouvir rádio e, influenciado pelo ritmo do jazz, aprendeu a tocar sozinho, no quintal de casa.

Em suas pesquisas e experimentações, Laurentino gravou  centenas de fitas com diversos sons da natureza que o cercava: uivos de cachorros, o cacarejar de galinhas, o sons emitidos por papagaios e muitos outros. Ele incorporava posteriormente o som de sua  inseparável gaita para construir uma sonoridade própria, que ia para muito além do rock pelo qual era conhecido popularmente. Em paralelo a música, trabalhou em dezenas de funções como boxeador, ajudante de pedreiro e mecânico de aviação ao longo de sua vida quase centenária.

Seu talento só foi descoberto pelo grande público em 2014, quando gravou seu primeiro CD, “Laurentino e os Cascudos”. O sucesso, ainda que tardio, lhe rendeu reconhecimento de público e crítica, com participações em festivais e músicas gravadas por personalidades da MPB como Tom Zé e Otto; Gilberto Gil e a banda pernambucana Mundo Livre S/A, que incluíram no seu repertório a composição do Mestre chamada “Lourinha Americana”.

O Governo do Estado do Pará decretou luto oficial pela morte de Mestre Laurentino.

*Com informações da Radio Agência Nacional

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

IBGE divulga que Brasil tem mais de 8,5 mil localidades indígenas

Pesquisa indica que entre 2010 e 2022 a população indígena cresceu 88,9% e aponta desafios em temas como saneamento, coleta de lixo e educação.

Leia também

Publicidade