Obra da paraense Dona Onete é reconhecida como patrimônio cultural

Projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Pará.

Dona Onete, conhecida como a “Diva do Carimbó Chamegado”. Foto: Divulgação/TV Brasil

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou o Projeto de Lei nº 54/2023, que torna patrimônio cultural e imaterial do Estado a obra da musicista Ionete da Silveira Gama, que assume o nome artístico de Dona Onete, e o título de “Rainha do Carimbó Chamegado”. 

O projeto é uma iniciativa do deputado estadual Elias Santiago (PT). Ao justificar a apresentação da proposta, o parlamentar ressaltou que a importância da artista consiste em romper uma tradição de se conferir reconhecimento apenas a homens no gênero musical. Para Santiago, outra contribuição de Dona Onete foi abordar a sedução e a vida sexual dos idosos em suas músicas, algo ainda considerado tabu por muitas pessoas.

Em vídeo veiculado no Instagram, em sua conta oficial, Dona Onete comemorou a homenagem, agradeceu aos fãs e disse que, em breve, deverá lançar novo álbum. 

“Estou aqui transbordando de felicidade. Que coisa boa aconteceu com a gente. Afinal, não aconteceu só comigo, aconteceu com vocês que estão aí do outro lado, que vão comigo, que vão assistir aos meus shows, que me aplaudem, que gostam do meu jeito. E não vou ficar só nisso, vou cantar brega”,

disse.

Dona Onete, de 84 anos, é cantora, compositora e poeta e nasceu em Cachoeira do Arari. Sua obra soma mais de 300 composições, entre carimbós, boleros e parcerias que resultaram em canções gravadas por outras artistas paraenses da contemporaneidade, corno Gaby Amarantos e Aíla. 

Com referências indígenas, negras e caribenhas marcando a obra, a rainha do carimbó também tem feito sucesso no exterior, sendo capa, em julho de 2017, da maior revista de world music do mundo, a Songlines.

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