Interior paraense ganha homenagem em novo álbum de Dona Onete: ‘Bagaceira’

Com mais de 300 canções próprias, Dona Onete permanece a todo vapor, criando e compondo sobre a riqueza da cultura do Pará.

A rainha do Carimbó Chamegado está em festa. No dia 17 de junho, a cantora paraense Dona Onete comemorou 85 anos lançando um disco que celebra as festas do interior paraense e a diversidade musical amazônica. O quarto álbum da carreira chama ‘Bagaceira‘.

Com mais de 300 canções próprias, Dona Onete permanece a todo vapor, criando e compondo sobre a riqueza da cultura do Pará.

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Na origem dos ritmos que movem a sua música tem brega, carimbó, lambada e até banguê. Banguê, para quem não conhece, é um ritmo musical criado por negros escravizados no Marajó, ilha onde dona Onete nasceu, na cidade de Cachoeira do Arari, em 1939.

Considerada uma das vozes mais representativas da música amazônica, Dona Onete não só escreveu as dez composições do novo álbum, como também assina a direção musical do repertório.

Ela mesma fala sobre a alegria e a satisfação de cantar e contar as riquezas da sua terra, através de diversos gêneros musicais.

“Eu tô muito feliz porque, novamente, eu falo das nossas coisas aqui do Pará. Novamente, eu vou seguir aquilo que o meu coração manda. Bagaceira é o fim de uma festa. Viralizou, no Ver-o-Peso chegou, povo se misturou e foi um enorme tititi. Era um falatório, um zumzumzum. Toca brega, toca lambada, toca carimbó”.

Dona Onete

O curioso é que Ionete da Silveira Gama, nome de batismo, só virou a cantora dona Onete, em 2012, quando já estava com mais de setenta anos. Antes de fazer sucesso com o primeiro álbum, ela era professora de história, no município de Igarapé-Miri, no interior do Pará.

Para o músico Manoel Cordeiro, um dos principais mestres da guitarrada paraense, Dona Onete é patrimônio da música amazônica e brasileira: “Falar da dona Onete é sempre algo que me emociona. Uma legitima expressão da cultura da Amazônia. Uma guardiã da nossa cultura, que eu tenho muito orgulho de sermos amigos. A dona Onete é exemplo de vida, de artista, de amazoniedade… lendas, mitos e contemporânea ao mesmo tempo. Eu acho fantástico isso”.

A forte musicalidade de Dona Onete traz para a música do nosso país o tremor do jambu, os sons e cheiros do Mercado Ver-o-Peso, de Belém, e as festas populares do interior do Pará.

O novo álbum já está disponível nas principais plataformas digitais. Confira:

*Com informações da Rádio Nacional

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Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

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