Novenário de Nossa Senhora da Glória. Foto: Marcos Vicentti/Secom AC
A Fundação Elias Mansour (FEM) deu início, no dia 1º de outubro, ao processo de reconhecimento para que o novenário de Nossa Senhora da Glória, que acontece todo início de agosto, em Cruzeiro do Sul (AC), seja considerado um patrimônio histórico imaterial do estado.
A historiadora da FEM, Iri Nobre, mediou as primeiras discussões com a comunidade local para iniciar o inventário para reconhecer a prática religiosa como patrimônio histórico do Acre.
“Uma celebração como essa, por si, já é um bem cultural e deve ser salvaguardado e cuidado pela população. E é isso que faz as instituições, quando a gente percebe que a comunidade já abraça a celebração há muitos anos”, comenta ela.
O novenário da padroeira de Cruzeiro do Sul é um evento centenário, realizado no período de 05 a 15 de agosto há mais de 100 anos. A festa religiosa atrai milhares de fiéis, na segunda maior cidade do estado.
De acordo com a historiadora a iniciativa de reconhecer o novenário como patrimônio histórico partiu da própria comunidade local.
“O que nós vamos fazer enquanto patrimônio histórico do estado e Fundação de Cultura Elias Mansour é atender uma demanda que nos foi colocada pela própria comunidade da cidade e adjacências. Vamos registrar este que já é um bem cultural para que ele se torne um patrimônio cultural imaterial do Estado do Acre. Aí ele vai para a supervisão do Conselho Estadual de Patrimônio e eles vão avaliar esse dossiê que a gente está construindo durante todo esse processo e aí vão publicar no Diário Oficial”, explicou ela.
Os historiadores irão fazer estudos para levantar todas as informações do novenário, que é considerado como o segundo maior evento religioso da região norte. A expectativa é que o processo para reconhecimento como patrimônio histórico do estado seja concluído até o novenário de 2025.
“É um dossiê grande, extenso mas que a gente está fazendo com muito carinho. Sobretudo quero ressaltar e agradecer a cumplicidade e ajuda dos gestores locais, os conselheiros e sociedade civil. Ontem nós fizemos uma reunião ampla com essas pessoas e de lá já saíram vários nomes que nós vamos entrevistar e registrar. Nós também estamos fazendo uma pesquisa bibliográfica que é pra dar conta de tudo que já tem registrado sobre o novenário e a gente sabe que já tem muita coisa”, relatou ela.
*Por Mazinho Rogério e Hellen Monteiro, da Rede Amazônica AC