#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 5 famosos de Rondônia que mudaram os nomes

Por trás desses nomes cuidadosamente escolhidos, existem histórias de pertencimento, de resistência, inovação e de transformação pessoal.

Em Rondônia, artistas de destaque na música e no entretenimento digital adotam nomes artísticos que diferem de seus nomes reais. Por trás desses nomes cuidadosamente escolhidos, existem histórias de pertencimento, de resistência, inovação e de transformação pessoal.

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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares em Rondônia:

Bado

Bado, nome artístico de Erivaldo de Melo Trindade, nasceu em 1964 em Porto Velho. Sua trajetória começou nos anos 1980, quando ele escrevia para espetáculos teatrais que integravam o movimento cultural da cidade.

Ele então passou a se apresentar com voz e violão em bares e eventos, sendo considerado um dos expoentes do movimento Grito de Cantadores, um movimento importante na consolidação da identidade musical de Porto Velho.

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Foto: Reprodução/Facebook Bado

Seu primeiro trabalho surgiu nos anos 1990, em coletâneas como Porto das Esperanças (1992) e Amazônia em Canto (1995). No entanto, seu disco solo de estreia, Aldeia de Sons, só foi lançado em 2007, reunindo faixas que fundem a MPB a elementos regionais da Amazônia.

Com mais de quatro décadas de carreira, Bado é referência da música amazônica e já foi reconhecido nacionalmente, como ao receber o Prêmio Grão de Música em 2021 pela canção Mundos.

Ella (ex Jotta A)

Ella Viana de Holanda, mais conhecida como Jotta A, nasceu como José Antônio Viana de Holanda, no dia 8 de outubro de 1997, em Guajrá-Mirim.

A artista iniciou sua carreira musical aos seis anos, cantando música gospel, e seu talento a levou à fama após participar do programa de calouros do apresentador Raul Gil, na infância.

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Foto: Reprodução/Instagram Ella Viana

Ella lançou diversos álbuns pela gravadora Central Gospel, como Essência e Geração de Jesus, este último indicado ao Grammy Latino.

Em 2020, Jotta A rompeu com a carreira gospel para se dedicar à música pop e, em 2022, anunciou publicamente que é uma mulher trans, iniciando o processo de transição de nome e gênero.

Desde então, tem usado seu nome feminino Ella Viana de Holanda, enquanto mantém o nome artístico Jotta A como símbolo de sua trajetória artística.

Gabriê

A artista Gabrielle Custódio Junqueira, natural de Rondônia, ganhou destaque nacional depois sua participação no programa The Voice Brasil. Atualmente, Gabrielle atende pelo nome artístico Gabriê, resultado de uma decisão estética e simbólica que marcou uma nova fase de sua carreira.

“Em meados de 2017 eu estava querendo lançar uma estética diferente da que eu vinha trazendo. Achava que meu nome completo já não cabia dentro do que eu queria propor”, explica a artista.

O nome Gabriê surgiu como uma sugestão de sua empresária, já que na época os nomes sem gênero e com terminações em ‘e’ estavam surgindo e ganhando mais evidência.

A mudança também refletiu em como ela passou a se perceber e se relacionar com o público:

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Foto: Reprodução/Instagram Gabriê

“Só minha família, meu namorado e os amigos mais próximos me chamam de Gabrielle. Já não me sinto à vontade quando alguém que não tem um vínculo mais forte comigo me chama assim. Gosto muito de Gabriê”.

Ela acredita que seu nome artístico faz total diferença na carreira e que não existia ninguém com esse nome antes dela.

“Depois da minha aparição no The Voice recebi várias mensagens de mães que colocaram os nomes de suas filhas de Gabriê. Ou seja, foi algo que marcou as pessoas. Tudo que é diferente, marca mais”, afirma.

Willou e Watson

Saindo da música, os irmãos gêmeos Willou e Watson, embora tenham nascido em São Félix do Araguaia (MT), construíram suas carreiras em Rondônia, onde passaram boa parte da infância e juventude.

Com uma trajetória marcada por dificuldades financeiras e tragédias familiares, os dois criaram um canal no YouTube ainda em 2009.

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Foto: Divulgação

O sucesso veio com o retorno do canal, em 2015, após terem perdido o conteúdo original depois de um ataque hacker, mas foi em 2016 que aconteceu a virada de chave, e os irmãos atingiram 100 mil inscritos. Atualmente, acumulam milhões de seguidores e fazem parte da nova geração de influenciadores digitais.

A história dos nomes dos irmãos é inusitada. Apesar de parecerem nomes artísticos criados, os nomes dos gêmeos são os verdadeiros. A mãe, dona Geni, acreditava estar grávida de apenas um bebê e só havia escolhido o nome de Willou, nome foi inspirado no filme ‘Willow – Na Terra da Magia’, de 1988.

Com Watson, a história foi diferente, como sua mãe não sabia de sua existência até a hora do parto, ele não tinha um nome para chamar de seu, e por conta de seus familiares o chamarem de amassadinho, já que ele nasceu com o rosto amassado, sua mãe resolveu então dar um nome ao bebê.

Foi quando, como uma forma de homenagear o pai das crianças, dona Geni escolheu Watson, já que juntando a primeira sílaba do nome de Willou e a última sílaba do nome de Watson, forma-se o nome do pai, Wilson.

Clementte

Juan Clementte, natural de Alvorada D’Oeste, é um dos novos nomes da cena pop e funk do estado. Com mais de 130 mil seguidores nas redes sociais, o cantor e compositor tem se destacado por unir batidas dançantes a mensagens de conscientização.

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Foto: Reprodução/ Instagram Clementte

O cantor decidiu usar o sobrenome na carreira e acredita que um fator decisivo foi se mudar para a cidade de Ji-Paraná, onde começou a gravar vídeos e a ganhar maior visibilidade nas plataformas digitais.

Seu estilo, descreve, é uma mescla entre o emocional de artistas como Jão e a energia de nomes como Pedro Sampaio. A música ‘Mente Pra Mim’, que fala sobre o fim de um relacionamento foi sua primeira autoral a viralizar. 

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

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