Diversos artistas adotam nomes diferentes dos reais que marcam suas carreiras. Os nomes artísticos podem surgir das mais diversas formas: por acaso, uma brincadeira, uma lembrança, um apelido, entre tantas outras. Em geral, as escolhas acabam se tornando estratégias para facilitar a identificação com o público.
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Com essa curiosidade, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Nesta série você vai conhecer alguns dos mais populares, começando pelo Amazonas:
Berg Guerra
Morador do bairro de São Jorge, em Manaus, Uosley dos Santos Guerra é o nome por trás do cantor Berg Guerra. Durante a infância e adolescência, tinha o sonho de ser cantor e jogador de futebol, por influência de seu irmão mais velho, Ninimberg Guerra, atacante do Botafogo em 1983.
Chegou a atuar no futebol pelo ASA, no Amazonas, e pelas categorias de base do Fluminense, no Rio de Janeiro, antes de retornar ao Amazonas e investir na carreira musical. Seu nome artístico ‘Berg Guerra’ surgiu como uma homenagem ao irmão, falecido em 1996.
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Em sua carreira, Berg Guerra formou várias duplas como ‘Berg e Breno’, ‘Berg e Adriano’ e ‘Berg e Bryan’, até ser convidado por Jonas Alves para participar de uma banda de forró no clube da companhia.
No entanto, Berg percebeu que não servia para cantar forró e, com a saída da banda, migrou para o bolero pop, com o qual ganhou notoriedade.
O cantor traz em seu repertório os estilos de bolero e brega, com diversas canções de sucesso que marcaram época desde os anos 80, como ‘Mi vida’ e ‘Tu Sabes’.
Zezinho Corrêa
Batizado como José Maria Nunes Corrêa, Zezinho Corrêa nasceu na comunidade Imperatriz, no município de Carauari, no interior do Amazonas. Eternizado como a voz do grupo de boi bumbá Carrapicho, Zezinho fez enorme sucesso com a música ‘Tic Tic Tac’ nos anos 90.

Antes de estrear como cantor, Zezinho vivia do teatro. Estudou interpretação e dança no Rio de Janeiro e atuou no Grupo de Teatro Experimental do Sesc, estrelando espetáculos que valorizavam a cultura amazônica, como ‘Folias do Látex’ e ‘Tem Piranha no Pirarucu’, o que o ajudou com a presença de palco como vocalista do Carrapicho.
Zezinho Corrêa faleceu no dia 6 de fevereiro de 2021, aos 69 anos, vítima da Covid-19. No entanto, seu legado permanece vivo nas vozes que continuam entoando os batuques do boi bumbá.
Paulo Onça
Paulo Juvêncio de Melo Israel, nascido e criado no bairro do Boulevard, em Manaus, ganhou o apelido que levaria como identidade artística ainda na adolescência.
Conhecido inicialmente como ‘Paulo Galinha’, devido à sua fama de namorador na adolescência, o artista teve seu nome artístico rebatizado por influência de um amigo de longa data.

De acordo com Simone Andrade, viúva de Paulo, quem apelidou Paulo de ‘onça’ foi Nicolau Montemurro, já que quando Paulo ia compor, se afastava do convívio social para escrever e refletir, passando longos períodos em silêncio nas redondezas da Igreja Nossa Senhora de Nazaré.
“Ele era muito calado, Paulo era muito na dele, gostava de compor ali por trás da igreja e ficava ali. Os meninos, na época, todo mundo jogando dominó, jogando bola, que, de primeiro, nos anos 70, 80, a moçada se reunia muito em praça. Aí o Montemurro fala assim: ‘Tu parece uma onça, tu só vives isolado, só vives muito distante da gente’. Foi o Montemurro que botou esse apelido no Paulo Onça”, declarou Simone ao Portal Amazônia.
A partir daí, Paulo decidiu levar esse nome para a vida toda, adotando como nome artístico. Segundo Simone, o nome deu muito certo e foi o que fez a diferença na carreira do compositor.
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Nunes Filho
Nascido no dia 14 de dezembro de 1948, em Manaus, José Bernardo Nunes Filho, ou simplesmente Nunes Filho, é um dos nomes mais lembrados da música amazonense.
Ele ficou conhecido como o ‘Príncipe do Brega’, título conquistado graças ao seu talento e proximidade com o público.

Ao longo de sua carreira, ele interpretou gêneros diversos, mas foi no brega que alcançou maior destaque, com sucessos como ‘Lábios de Mel’ e ‘Por Te Amar Assim’.
Com mais de 70 anos, ele segue em atividade, se apresentando em eventos culturais e programas de rádio e televisão.
Lorena Simpson
Lorena Caroline da Silva Simpson, conhecida artisticamente como Lorena Simpson, é natural de Manaus e cantora da música pop eletrônica do Brasil.

Reconhecida nacional e internacionalmente por hits como ‘Brand New Day’, lançado em 2009, Lorena foi uma das primeiras cantoras de música pop eletrônica do Brasil a ganhar destaque fora do país.
Somando centenas de shows, mais de 10 singles lançados, um EP e diversos videoclipes, a artista já se apresentou em países como México, Argentina, Chile, Portugal e Estados Unidos.
*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

