Milton Hatoum. Foto: Divulgação
O escritor amazonense Milton Hatoum, eleito para a Cadeira nº 6 do Quadro dos Membros Efetivos da Academia Brasileira de Letras (ABL), lançou no dia 14 de dezembro em Manaus (AM), os livros ‘Dança de enganos’ (Companhia das Letras) e ‘A natureza como ficção’ (Valer).
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Em ‘A natureza como ficção’ (2024), Hatoum analisa como a floresta amazônica é retratada em ‘A selva’, de Ferreira de Castro, e ‘Mad Maria’, de Márcio Souza.
O autor destaca o contraste entre barbárie e cultura e chama atenção para a vida dos nativos e dos trabalhadores vindos de fora, envolvidos na construção da ferrovia Madeira-Mamoré e na exploração da borracha.
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A obra incentiva a leitura dos dois escritores, que, em épocas diferentes, narraram de forma sensível as peculiaridades da Amazônia.


Já ‘Dança de enganos’ (2025) é um drama familiar marcado por contexto histórico e político. O livro aborda amor, perdas e desencontros, narrados pela voz de uma personagem resiliente.
Ambientado no fim dos anos 1960, o romance é conduzido por Lina, mãe de Martim. No cenário da ditadura, ela enfrenta o afastamento do filho e decide escrever sua história.
Ao longo da narrativa, Lina revisita sua vida e a de pessoas próximas, como o irmão Dácio, a mãe Ondina, a empregada Delinha e o artista Leonardo.
O livro apresenta personagens marcados por perdas e desencontros.
Martim, protagonista de ‘A noite da espera’ e ‘Pontos de fuga’, aparece na obra pela ausência sentida pela mãe. Lina escreve sobre ele e levanta a questão central: a memória escolhe o que esquecer?
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Milton Hatoum
Milton Hatoum nasceu em Manaus (AM) em 1952. Formado em arquitetura pela Universidade de São Paulo, estreou na literatura com Relato de um certo Oriente (1989), vencedor do prêmio Jabuti. Entre suas obras estão ‘Dois irmãos’ (2000), adaptado para TV, teatro e quadrinhos, e ‘Cinzas do Norte’ (2005), premiado em diversas categorias.
Também publicou ‘A cidade ilhada’ (2006), ‘Órfãos do Eldorado’ (2008), ‘Um solitário à espreita’ (2013) e ‘A noite da espera’ (2017). Sua obra já foi traduzida em 14 países e, em 2018, recebeu o prêmio Roger Caillois, na França.
*Com informações da Rede Amazônica AM
