O primeiro prédio foi construído de madeira de lei pelo coronel Joaquim Rodrigues Bentes, em 1891. Porém, sofreu diversas reformas durante os anos
Óbidos é uma cidade localizada no Pará e possui cerca de 50 mil hibitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019. O município foi erguido na margem esquerda do Rio Amazonas e está distante a 1.100 quilômetros de Belém, capital paraense.
Um dos marcos da cidade é o Mercado Municipal de Óbidos situado na rua Dr. Figueroa, hoje Siqueira Campos. O primeiro prédio foi construído de madeira de lei pelo coronel Joaquim Rodrigues Bentes, em 1891, quando o mesmo assumiu a Prefeitura do Município, após a aprovação da primeira Constituição Republicana do Brasil.
Nessa época, não existia o muro de arrimo na frente da cidade e as canoas encostavam à sua porta, para desembarcar os produtos consumidos diariamente pela população, como: peixe, carne, frutas, potes de barro, paneiros, etc.
A edificação do mercado de madeira estava ligada às necessidades que a cidade tinha, de um local adequado para as vendas dos produtos, onde os obidenses pudessem fazer suas compras, necessidade esta, proveniente, do grande desenvolvimento econômico que Óbidos alcançou na segunda metade do século XIX, graças a produção de cacau, castanha, borracha e criação de gado, o que provocou um crescimento urbano e o enriquecimento da aristocracia comercial.
Em 1925, o mercado já não atendia as necessidades da população, por se achar bastante deteriorado e com seu espaço físico insuficiente. O prédio foi demolido nesse mesmo ano para a construção de um novo, em alvenaria, no mesmo local, tendo sido as funções do antigo mercado, transferidas, provisoriamente, para a Casa do Comércio ‘O Campeão’, que atualmente é a residência dos herdeiros de Pascoal Salim.
A edificação do mercado em alvenaria está intimamente ligada a um conflito político por questões de terras, envolvendo o então prefeito de Óbidos, Correa Pinto.
O Estado nessa época, representado pelo Governador Dionísio Bentes, preocupado com a influência negativa, que tais acontecimentos poderiam trazer para as eleições que viriam futuramente, resolveu apoiar Correa Pinto, subsidiando construções públicas em Óbidos. Dessa forma, o Governador convocou o arquiteto, Jose Sidrin, a traçar a planta do novo mercado. Esta foi a maneira de Dionísio Bentes e Correa Pinto, reconquistarem o prestigio político na cidade, e, terem assegurada a vitória nas eleições que viriam.
O novo Mercado Municipal, foi inaugurado em 8 de dezembro de 1926, ainda sob a gestão de Augusto Correa Pinto.
O edifício tem forma arquitetônica eclética, sua técnica construtiva é de alvenaria de tijolo, coberta de telha tipo Marselha com madeirame de itaúba. Em seu interior, existia na parte fronteira, uma estrutura em ferro, que servia como local de fiscalização. É um prédio alto, com acesso em cada uma das quatro fachadas e contém, um salão com vinte e duas (22) divisões – talhos.
Reforma
De acordo com o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o mercado é visto como um edifício de interesse a preservação devido seu legado com a cultura da cidade. Por esse motivo, a Secretaria de Obras Públicas (Seop) e a prefeitura municipal vão se unir para fazer uma obra para preservar o valor histórico do local.
A reforma vai garantir que ao longo de 500 metros quadrados, os seus 19 boxes voltados para a comercialização de alimentos sejam totalmente reconstruídos, mais estruturado e garanta o conforto e a higiene sanitária e alimentar necessários para o consumo.
Serão executados serviços de estruturação, sistema de vedação, na área da cobertura, instalações elétricas e hidrossanitárias, de combate a incêndio, revestimento interno e externo, bancadas de granito, pintura e os pisos. O investimento conta com a ordem de aproximadamente R$ 1,3 milhões de reais.
