A escola de samba Acadêmicos do Tatuapé foi a grande campeã do carnaval de São Paulo pelo segundo ano seguido. A escola apresentou na avenida o enredo Maranhão, os Tambores vão Ecoar na Terra da Encantaria, que contou a história do estado a partir das particularidades de seu povo, da riqueza cultural e das belezas naturais.
A capital São Luís mereceu tratamento especial, com destaque para a arquitetura singular, que une o casario colonial adornado de azulejos às habitações populares típicas.
As notas foram lidas nesta tarde no Sambódromo do Anhembi. A vice-campeã foi a Mocidade Alegre com um enredo sobre a cantora Alcione. Celebrando os 70 anos da “Marrom”, o samba-enredo Alcione: a Voz Marrom Que Não Deixa o Samba Morrer cantou a origem maranhense e diversas facetas da artista, como sua ligação com a escola de samba Mangueira, do Rio de Janeiro, além da participação da cantora na luta contra a ditadura.
Sobre o desfile
O enredo da Acadêmicos do Tatuapé contou um pouco da história do estado a partir das particularidades de seu povo, da riqueza cultural e de festas típicas, como o Bumba Meu Boi. “Nós fizemos o melhor desfile da nossa história, que todo ano é o nosso objetivo. E agora esse título só vem colocar mais alegria na comunidade que já estava alegre demais, realizada e sabendo que cumpriu sua missão”, acrescentou o presidente da escola.
O carnavalesco da escola, o maranhense Wagner Santos, disse ter sido uma honra participar da homenagem ao seu estado natal. “Para mim, é uma honra muito grande falar do meu estado, porque foi uma oportunidade que a escola me deu, foi um grande presente”, disse Wagner, que dedicou a vitória aos seus conterrâneos: “dedico a todo o povo do Maranhão, estamos muito felizes. Obrigado Maranhão, obrigado São José de Ribamar por este título”.
“Nós fizemos um trabalho com muita humildade, nós pegamos diversos materiais, fizemos reciclagem dos nossos materiais, fizemos o carnaval de uma forma humilde e respeitando todas as nossas coirmãs”, acrescentou Wagner.
Um dos destaques do desfile foi a alternância, pela bateria da agremiação, da batida do samba para a batida do reggae, ritmo muito presente no Maranhão nas últimas décadas, e que levantou o público nas arquibancadas. A riqueza de detalhes das fantasias e as alegorias dos carros também chamaram a atenção.
“No Mar! Foi no balanço do mar, que o sonho aportou na ilha da magia. Lá em palmeira onde canta o sabiá, o sol namora a beleza do lugar, cenário de poesia. Tantas batalhas nesse torrão, herança de luta, cultura e amor”, diz parte do samba-enredo, que homenageou também o poeta maranhense Gonçalves Dias.