Para além do sabor, a paçoca é um fenômeno cultural. Além disso, ela movimenta a cultura e economia criativa do Estado de Roraima.
Quatro horas da manhã. Esse foi o horário que um dos grandes atrativos do Boa Vista Junina começou a ser produzido: a famosa paçoca boa-vistense. Parte essencial do festival, neste ano a Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec) estima que a quantidade da paçoca pode ultrapassar a do ano anterior e bater o próprio recorde: 1.131kg.
Afinal, como surgiu a tradição?
O Boa Vista Junina teve sua primeira edição no ano de 2000 e após isso, o festival era celebrado com um bolo todos os anos. Em 2015, na comemoração de 15 anos, não havia bolo, então a Prefeitura de Boa Vista passou a distribuir paçoca para a população, tornando-se tradição. Depois disso, todos os anos, o recorde de maior paçoca é ultrapassado. Confira os números:
- 1º edição (2015) – 500 kg;
- 2º edição (2016) – 775 kg;
- 3º edição (2017) – 856 kg;
- 4º edição (2018) – 1.023 kg;
- 5º edição (2019) – 1.050 kg;
- 6º edição (2022) – 1.131 kg.
Devido ao isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022 o evento não ocorreu.
Ingredientes
Logo no início, não havia nenhum estabelecimento com autossuficiência para produção da paçoca na quantidade que o evento exige, então várias empresas contribuíam para o evento. Atualmente, a prefeitura abre licitação para empresas se inscreverem e a escolhida é responsável pela confecção da maior paçoca do mundo.
Mas afinal, quais são – e qual a quantidade – da paçoca deste ano? A chefe de cozinha Natália Soares revela: 800 kg de carne; 500 kg de farinha; 88 kg de cebola; e 30 litros de óleo.
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Fomento ao turismo
Para além do sabor, a paçoca é um fenômeno cultural. Ela movimenta a cultura e economia criativa do Estado, como comenta a superintendente da Fetec, Alda Amorim:
“A festa é bonita, a gente bate recorde e a população saboreia. Mas tem um valor muito grande por conta desse projeto, que é a promoção da gastronomia local. Quando a gente vai em um lugar a gente pergunta ‘qual a comida típica daqui’, a gente quer saber o sabor daquele local. E hoje Boa Vista tem o seu sabor, que é a paçoca”.
Neste ano, o Boa Vista Junina está abrigando a casa da farinha, espaço no qual será colocado a maior paçoca do mundo e contará com forno, prensa e balança para pesagem.
Além disso, os visitantes ainda podem conferir uma exposição fotográfica e conhecer a evolução desde 2015 até 2022.
A expectativa é servir até 25 mil pessoas. E como em 2022, este ano também será servida a paçoca com banana. Ao todo, são 2 mil kg de banana.
“É um produto que faz parte da cultura de Boa Vista e impulsiona a economia local. Nós montamos um cenário de Casa da Farinha e Memorial para lembrar a evolução e para os turistas conhecerem a história da paçoca”,
convidou Alda.