‘A Vila da Farinha’ é um jogo de tabuleiro, que tem como objetivo aproximar o processo educacional com realidade vivenciada por estudantes da zona rural do município.
Que a farinha de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, é a melhor que temos, isso todo mundo já sabe. Mas você sabia que existe um jogo interativo que ensina os modos de preparação deste alimento tão típico da mesa do acreano? Pois é. ‘A Vila da Farinha‘, nome dado à brincadeira, mostra o passo a passo, tanto da produção como da comercialização.
O jogo foi desenvolvido pela Embrapa Acre em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Secretaria Estadual de Educação (SEE-AC).
Segundo a coordenadora da Educação Municipal, Elane Braga, este tipo de entretenimento é importante, pois inclui a cultura do aluno local e, principalmente, a realidade em que estão inseridos.
“Os alunos da zona rural, na sua maioria, são produtores da farinha, ou para consumo ou para revenda, e o jogo vem trazer as boas práticas na produção da farinha. Eles vão ter a oportunidade de conhecer a produção e de levar até o consumidor um produto com maior qualidade”,
disse.
O jogo é composto por um tabuleiro e um baralho com perguntas e respostas que ensina os participantes a aprender sobre os cuidados necessários nas diferentes etapas de produção da farinha.
O aluno João Pedro Silva foi um dos 300 estudantes da Zona Rural do município que participou da brincadeira que ensina as boas práticas de fabricação de farinha de mandioca. Ele disse que os pais são produtores e enxerga o jogo como uma forma de entender o processo de produção.
“São meios de aprender a como fazer a farinha adequadamente, como se vê no jogo. Os lugares que produz a farinha, podemos aprender mais como ela é produzida, como é feita, como é transportada e como ter a higiene adequada para produzir”, comentou.
A pesquisadora da Embrapa Acre, Joana Maria de Souza, que esteve envolvida no desenvolvimento deste jogo, conta que o objetivo era de fazer essa aproximação entre educação e cultura local.
“Esse jogo foi concebido com o objetivo de trazer o aprendizado para as escolas, fazer a aproximação dos jovens com o processo de fabricação da farinha, porque a farinha de Cruzeiro do Sul é nobre, um produto nobre, que recebeu esse conhecimento internacional. A gente não pode deixar isso se perder no tempo e a maneira que teve foi de criar esse jogo porque jovem gosta disso, de novidade, de estar interagindo”,
frisou.
Patrimônio cultural
Há cinco anos, um dos produtos mais famosos do Acre e que leva o nome de um dos festivais mais movimentados da Região do Juruá, a farinha de Cruzeiro do Sul tornou-se patrimônio cultural do Estado. O decreto foi assinado pelo governador Gladson Cameli no dia 28 de agosto de 2018, durante as comemorações do aniversário de 115 anos do município.
Em 2017, a tradicional farinha de Cruzeiro do Sul, base da economia da cidade, conseguiu adquirir o selo de indicação geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Na época, mais de 800 casas de farinha foram mapeadas na região com o intuito de fornecer informações para a obtenção do selo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que participou da pesquisa, esta foi a primeira farinha do mundo a receber esse selo e um dos primeiros produtos do Acre a ser contemplado.
*Por Rayza Lima, do Grupo Rede Amazônica
