Foto: Micínio Vasconcelos de Oliveira
A série ‘A floresta e suas resistências’ expõe como comunidades tradicionais que vivem em nove áreas protegidas do sul do Amazonas, enfrentam ameaças em seus territórios. Criada por 25 jovens indígenas, extrativistas e assentados durante o curso de técnicas de comunicação e uso do Portal Proteja, ela é formada por onze vídeos que podem ser assistidos no Proteja.
Em sua segunda edição, o curso de técnicas de comunicação é parte do PROTEJA Educa, ação que forma pessoas que vivem em áreas protegidas para divulgarem seus conhecimentos. A iniciativa é realizada em aliança com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e a Wildlife Conservation Society (WCS) no âmbito do projeto Conservando Juntos.
Pertencente à Resex (Reserva Extrativista) Capanã Grande, o comunicador Antônio Magalhães e seu grupo falaram sobre a importância da cultura para proteção ambiental.
“No meu trabalho, eu contei um pouco da realidade do povo da Resex Capanã Grande, mostrando como ele vive e sobrevive através do extrativismo. Nosso trabalho foi inspirado nas histórias reais dos ribeirinhos da região e nosso objetivo foi mostrar para o resto do Brasil que é possível, sim, viver de forma sustentável”.
Carolina Guyot, coordenadora executiva do PROTEJA e pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), expõe como a produção de conteúdo por povos e comunidades tradicionais pode ajudar a ampliar a conservação de áreas protegidas.
“Através desses trabalhos, os estudantes puderam retratar fielmente a realidade de suas comunidades, destacando os desafios e as belezas de seus territórios. Esse esforço de divulgação possibilita um maior engajamento da sociedade na questão da preservação ambiental, promovendo uma consciência coletiva sobre a importância de proteger essas áreas e os povos que delas dependem”.
Concurso de Fotografia
Além de produzir os vídeos que compõem a série ‘A Floresta e suas Resistências’, os estudantes também participaram do 1º Concurso de Fotografia do PROTEJA Educa. A competição incentivou os comunicadores a enviar imagens que mostrassem a relação com seu território. As 15 fotos enviadas também se tornaram uma série.
Durante o encontro presencial, ocorrido em Manaus (AM), as fotografias foram expostas e os alunos votaram naquelas que mais gostaram. A vencedora foi Sabrina Mar, que pertence à RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) Rio Madeira. Em sua fotografia, ela mostrou três filhotes de quelônios, pequenas tartarugas protegidas em seu território.
“Estou muito feliz, é uma sensação indescritível, pois eu não imaginava que iria ganhar. Meus colegas tiraram fotos muito bonitas, entre tantas achei que a minha não seria uma das mais belas. Não achei que iriam gostar tanto de uma foto de pequenos quelônios, mesmo ela sendo a minha foto favorita.”
Edinho Cruz, Comunicador da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) comenta a importância de produzir e divulgar fotografias de autoria indígena.
“Quando os próprios indígenas são os autores dessas imagens, eles podem capturar e compartilhar aspectos de suas vidas, destacando as riquezas dos seus territórios de maneira que somente alguém de dentro pode fazer. Isso também promove um sentimento de orgulho e valorização interna, ao mesmo tempo, em que educam e sensibilizam o público mais amplo sobre a importância dos territórios indígenas para preservação do meio ambiente.”
O PROTEJA Educa é uma ação do PROTEJA em parceria o IPAM, a COIAB, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), a Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS) – IPÊ e a WCS.
Esta ação é realizada no âmbito do projeto Conservando Juntos, cujo objetivo é fortalecer as capacidades dos atores da sociedade civil para liderar os esforços de conservação da biodiversidade e prevenção de crimes ambientais na Amazônia.
*Com informações do IPAM (Esta matéria é possível graças ao generoso apoio dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional – USAID. Os conteúdos são de responsabilidade do IPAM e não refletem necessariamente as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos).