Conheça a história da Irmã Helena Augusta Walcott, criadora de mais de 10 bairros em Manaus

A freira teve um papel importante na ocupação de terras em Manaus nas décadas de 70 e 80.

Foto: Reprodução

Ao passar pela Avenida Itaúba no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus (AM), é impossível ficar indiferente com a estrutura da Escola Municipal Helena Augusta Walcott. Devido a pressa do dia a dia, muitas pessoas não reparam ou nem conhecem o nome que ela carrega na fachada.

A freira cujo nome batiza a escola teve um papel importante na ocupação de terras da capital amazonense nas décadas de 70 e 80.

Foto: Reprodução

No artigo de Mara Tereza Oliveira de Assis, ‘As primeiras lutas por moradia popular em Manaus: vida e militância da irmã Helena Augusta Walcott’, há o relato de que Helena nasceu em Guajará Mirim, em Rondônia. Por isso, Helena era amazônida. Ela era filha de Lorenzo Walcott e Clarissa Knights, ambos de Barbados, um dos países que compõem o Caribe.

Sua vida religiosa iniciou cedo e logo ingressou na igreja católica para se tornar freira. Nos seus primeiros anos de serviços, a jovem participou de diversos projetos sociais.

Ao se mudar para a capital do Amazonas, Manaus, Helena fixou moradia no bairro da Compensa. As primeiras ocupações de terra na capital tiveram início com ela, que organizou e liderou um movimento social por moradia popular a partir da década de 70.

Por causa de sua militância e engajamento social, a freira chamou a atenção de latifundiários, grileiros e do poder público local. Sempre participando de manifestações pedindo direito à moradia para a população mais carente de Manaus.

Foto: Reprodução

Mãe dos sem-teto 

Com Helena não havia meio termo. Com seus protestos e ocupações, a freira criou pelo menos 15 novos bairros em Manaus, entre eles: Zumbi dos Palmares I e II, Terra Nova, São José, João Paulo II, Nossa Senhora de Fátima, Novo Israel, Armando Mendes, Japiim, Nova Luz, Santa Etelvina, Monte das Oliveiras, Lírio do Vale, Valparaíso e Redenção. Foi assim, com esse trabalho, que lhe deram o apelido de ‘mãe dos sem-teto’.

Mesmo admirada por muitos, alguns viam o trabalho da freira de outra maneira. Por causa de seu ativismo, Helena foi ameaçada de morte, espancada e até mesmo, presa sob pena de liderar conflitos entre o povo e o poder público.

Helena faleceu no dia 13 de junho de 2022 aos 84 anos. O seu velório aconteceu na quadra do Colégio Preciosíssimo Sangue, lugar onde congregava. A irmã acabou se tornando heroína pelo movimento dos sem-terra e sem-teto no Amazonas.

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