Em 2024 acontece a 30ª edição do Festival das Tribos Indígenas de Juruti no Pará, o Festribal, uma celebração da cultura e dos costumes indígenas que representa a luta dos povos da floresta.
A festa acontece no Centro Cultural Tribódromo, sempre no último fim de semana do mês de julho ou início de agosto. Desde 2008, o evento é considerado Patrimônio Cultural do Pará e tem o objetivo de resguardar as tradições indígenas para as futuras gerações.
O evento é realizado pelo Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, Governo do Estado do Pará e Prefeitura Municipal de Juruti. Uma das maiores manifestações culturais da Amazônia.
Tribos
Tribo Munduruku – representada pelas cores vermelho e amarelo, a Tribo Munduruku foi fundada no dia 4 de julho de 1993, liderados por Carmen Barroso, Adercias Batista e Jim Jones Batista, com objetivo de resgatar os valores do folclore local, em forma de dança indígena, cênicas e rituais. O nome se deu pelos primeiros habitantes do município de Juruti, onde a festa acontece, que eram os indígenas Munduruku.
Tribo Muirapinima – representada pelas cores vermelho e azul, a Tribo Mruirapinima foi fundada em 1994, em homenagem à tribo que habitava as margens do Lago Juruti Velho, parte antiga da atual cidade de Juruti. Muirapinima é também o nome de uma árvore comum da região que, por sua beleza e tipo de caule, é considerada de grande valor, madeira de lei.
Disputas no Tribódromo
As tribos tem cerca de 2 horas e 40 minutos para suas apresentações. A comissão de júri em Juruti é formada por profissionais dos segmentos artísticos, escolhidos de outros estados sendo vetada a Região Norte.
O júri atribui nota observando quesitos técnicos e artísticos, durante o espetáculo. São avaliados 16 itens:
- Apresentador
- Porta estandarte
- Guardiã tribal
- Tuxaua
- Índia Guerreira
- Pajé
- Canto Indígena
- Regional
- Evolução
- Ritual
- Alegoria
- Tribo originalidade
- Tribo coreografada
- Conjunto
- Harmonia
- Galera
Curiosidades
Você sabia que artistas parintinenses do segmento alegórico e de fantasias, como Fernando Carivardo, também se dedicam a fazer arte tribal? Outros nomes que hoje fazem parte do espetáculo dos bois de Parintins, tiveram suas histórias iniciadas em Juruti no Festribal. O levantador de toadas do Garantido, Sebastião Júnior; a cunhã-poranga do Caprichoso, Marciele Albuquerque; e a porta-estandarte do Caprichoso, Marcela Marialva, são outros exemplos.
Todos os anos as tribos escolhem um tema diferente para desenvolver no Festribal, sempre priorizando a cultura e a ancestralidade dos povos originários, além das vivências do dia a dia dos povos ribeirinhos da região amazônica.
*Por Karleandria Araújo, sob supervisão de Clarissa Bacellar