Série documental discute representação da mulher em monumentos históricos do país. Primeira temporada abrange dez cidades.
Lugar de Fala. Este é o nome da série documental que aborda a representação da mulher em monumentos históricos brasileiros. Inserido na narrativa, o Acre está entre os Estados a terem personalidades retratadas em um dos dez episódios.
As gravações em Rio Branco, mais precisamente em frente ao Novo Mercado Velho, ocorrem nesta semana. É neste local onde estão dispostos os monumentos que compõem o conjunto chamado ‘Homenagem ao povo Acreano’, da artista Christina Motta, e que serão mostrados no episódio “Retrato do Povo”.
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Com direção de Isa Amsterdam, o documentário visa mostrar histórias de mulheres no mercado de trabalho em espaços historicamente masculinos. Para a composição do episódio, serão entrevistadas três mulheres, de ramos distintos: Iris Tavares, empresária; Josefa da Conceição, soldada da borracha e agricultora; e Marivalda do Nascimento, motorista de ônibus.
Segundo a diretora-geral da série, Rosa Miranda, o objetivo principal é de explorar a representação feminina nas estátuas históricas do país e entender como essas imagens moldaram a percepção histórica do gênero.
“A produção dessa série é um momento muito especial da minha carreira, de muita alegria também. Lugar de fala é um projeto que começou em 2017 e hoje, após sete anos, conseguir com parcerias tirar do papel é para mim estrondoso”, comentou.
Projeto
O projeto é uma co-produção da OF Produções (de Brasília) e da Kbça D’Nêga (do Rio de Janeiro), e conta com direção feminina em todos os departamentos. No total, serão dez episódios de 30 minutos, sendo dois em cada região do país, e cada um, trazendo para o público uma temática pela perspectiva das mulheres Brasileiras. Os episódios serão gravados com equipes locais, formadas via convocatória nacional aberta, que recebeu mais de 200 inscrições.
A série, que é patrocinada pelo Fundo de Apoio à Cultura, deve ser lançada em 2024 e, até o momento, já foram gravados oito episódios. “Temos a alegria de ter montado equipes locais com cabeças de departamento formadas por mulheres e pessoas não binárias, em todo o país”, afirma Liana Farias, produtora executiva e da série.
Após as gravações em Rio Branco, a equipe de direção geral segue para Belém, no Pará, onde realizará as gravações do último episódio.
O “Lugar de Fala” é um termo que aparece com frequência em conversas entre militantes de movimentos feministas, negros ou LGBT e em debates na internet. O conceito representa a busca pelo fim da mediação: a pessoa que sofre preconceito fala por si, como protagonista da própria luta e movimento.
A série propõe o exercício de entender como essas imagens em praças públicas interferem na sociedade e, principalmente, na figura da mulher. Para a primeira temporada, as cidades apresentadas serão: Aracaju, Salvador, Rio Branco, Manaus, Cuiabá, Distrito Federal, Curitiba, Porto Alegre, Juiz de Fora e São Paulo.
*Por Renato Menezes, do g1 Acre