O Eco-festival do Peixe-Boi é uma manifestação cultural do município de Novo Airão, no interior do Amazonas. Trata-se de um evento que une a cultura e a valorização das suas tradições a uma causa emergencial de preservação ambiental, que luta contra a extinção do peixe-boi. O festival foi criado em em 1989, com o intuito de dar destaque ao mamífero.
Ele se destaca também por ser um evento cultural de iniciativa popular voltado exclusivamente para a necessidade da preservação do meio ambiente com suas canções, encenações e lendas retratadas.
De acordo com as agremiações que competem o título do festival – Peixe-Boi Anavilhanas e Peixe-Boi Jaú -, em 2024 foi realizada a sua 25ª edição, no entanto, a festa já completou 30 anos. O “palco da festa” é a Lagoa do Peixe Boi, Centro Cultural de Novo Airão.
Inspiradas pelos parques nacionais Jaú e Anavilhanas, o evento é uma explosão de cores, ritmos, histórias e tradição.
Jaú
Representa o Parque Nacional do Jaú, uma das maiores áreas protegidas de floresta tropical do mundo. Nas noites dos espetáculos ele é conhecido pela grandiosidade e conexão profunda com a natureza. É representado pelas cores verde e preto.
Agremiação Anavilhanas
Retrata o Parque Nacional de Anavilhanas, famoso pelo arquipélago fluvial, que traz para o festival uma celebração das águas do Rio Negro e das criaturas que habitam essa região, refletindo a fluidez das águas e a serenidade das paisagens aquáticas. É representado pelas cores verde e branco.
Início das disputas
De acordo com o Grêmio Recreativo Folclórico e Cultural Peixe-boi Jaú, o festival boi possui na sua história dois momentos. O primeiro ocorreu de 1989 até 1992, quando ainda não existiam as agremiações que hoje disputam o Eco-festival.
Nesse período acontecia apenas a encenação da Lenda do Peixe-boi por um grupo teatral de jovens da época, com a participação de várias danças folclóricas, ocorrendo sempre no mês de junho.
A partir de 1993, criaram um novo modelo de evento, que ganhou o nome de Ecoifestival, sempre no mês de outubro, surgindo assim as duas agremiações, cujo nomes homenageiam as duas unidades de conservação federais que estão no território do município.
Assim surge a agremiação Peixe-boi Jaú, oriunda de um sorteio dos membros das danças folclóricas que participavam do antigo formato do festival, sendo estes os primeiros organizadores da agremiação. O peixe-boi Jaú tem sua data de fundação no dia 14 de novembro de 1993 e se declara um profundo conhecedor e grande contribuinte da causa e da história dessa tradição.
“Podemos dizer que o Jaú, possui mais de 80% dos seus artistas e brincantes moradores de Novo Airão, e vez e outra, descobre novos talentos locais. O Jaú, sempre busca falar e deixar em evidência, as mensagens de ecologia e preservação sobre Novo Airão, a fauna e flora regional e principalmente o clamor pelo peixe-boi da Amazônia. Acreditamos que as mensagens que ficam a cada apresentação, tudo isso faz com que nossa agremiação contribua para essa tradição”, informou a assessoria da agremiação.
Competição
O Grêmio Recreativo Folclórico e Cultural Peixe-boi Anavilhanas venceu o Eco-festival nove vezes, já o Grêmio Recreativo Folclórico e Cultural Peixe-boi Jaú, consagrou-se campeão 11 vezes.
No festival, nove jurados avaliam as agremiações por 17 itens obrigatórios, de forma artística, coreográfica, cênica, comum e musical. Confira:
Item 1: Apresentador
Item 2: Cantor
Item 3: Ala Temática
Item 4: Garota Encanto da Batucada
Item 5: Mensagem Ecológica
Item 6: Batucada
Item 7: Deusa da Canção
Item 8: Porta-Estandarte
Item 9: Deus Mauá
Item 10: Canção, letra e música
Item 11: Mãe Natureza
Item 12: Coreografia
Item 13: Fauna e Flora
Item 14: Galera
Item 15: Indumentária Geral
Item 16: Conjunto
Item 17: Lenda do Peixe-Boi
Segundo a prefeitura de Novo Airão, as agremiações Peixes-Boi Anavilhanas e Jaú levaram em 2024, o público estimado em 15 mil pessoas à participar da festa.
A equipe do Portal Amazônia entrou em contato com o Grêmio Recreativo Folclórico e Cultural Peixe-boi Anavilhanas, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. A matéria pode receber atualizações futuras.
*Por Karleandria Aráujo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar