Corda do Círio de Nazaré terá matéria prima regional e será totalmente produzida no Pará

Pela primeira vez, em 231 anos, a corda do Círio será produzida no Estado, com matéria prima local – da produção da semente à fabricação industrial – no município de Castanhal.

Pela primeira vez, em 231 anos, a corda do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, um dos grandes símbolos da fé, de devoção e tradição da festa que acontece em Belém, será produzida com matéria prima local e totalmente fabricada no Pará, no município de Castanhal, desde a produção da semente, plantio, colheita à fabricação industrial. A corda será feita de malva amazônica, que tem fibra de maior maciez e 10% mais resistente que a dos anos anteriores, feitas de sisal. A responsável pela fabricação é a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC).

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O protótipo da corda, medindo 50 metros, foi apresentado nesta sexta-feira (11), durante reunião na Prefeitura de Castanhal entre Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Prefeitura de Castanhal, secretarias municipais de Cultura e Turismo e de Indústria Comércio e Serviços, representante da CTC, Sebrae e Diretoria da Festa de Nazaré. Os presentes formaram um grupo de trabalho para planejamento de ações de promoção da nova corda.

Robson Torres, gerente industrial da CTC, explica a importância de um símbolo tão forte da cultura paraense ser produzido no Estado.

“Representa a força do trabalho, da biodiversidade através da corda, que é feita da fibra de malva, matéria do nosso bioma amazônico. Representa a força da agricultura familiar, do agricultor que está no campo, que produz as sementes e a fibra e vai para a industrialização”, 

avaliou.

Foto: Marciney Costa/Ascom Setur PA

 A indústria, que completou 57 anos, em Castanhal, tem incentivo do Governo do Estado e mais de mil colaboradores atuam na linha de industrialização. “É um orgulho muito grande e uma tamanha responsabilidade para levar verdadeiro significado para este símbolo. Mas vamos juntos, agradecendo à Nossa Senhora de Nazaré, a verdadeira homenageada”, sinalizou Robson.

“O diferencial da malva é que ela é uma fibra do caule, a anterior, de sisal, é fibra de folha. A malva é mais suave no filamento e permite maior resistência mecânica de movimentação e maior maciez. A suavidade ao tocar vai permitir uma sensação mais agradável na devoção e fé do promesseiro”,

complementou Robson.

A previsão é que a corda seja finalizada na semana que vem. A metragem da corda usada na procissão é de 800 metros, seccionada e distribuída em lances de 55m, 50m, 25m até o contorno da berlinda, que é de 10m.

Para Antônio Souza, da Diretoria do Círio, é uma “grande satisfação” ter a corda feita com um produto da terra. “É uma emoção, um prazer muito grande para gente ter a corda produzida aqui. A corda é um dos símbolos mais fortes dentro da procissão. Também ficamos mais tranquilos, porque antes vinha de fora, aí ficávamos preocupados se daria tempo de chegar, de confecccionar. Este símbolo foi criado no Círio, então a gente gostaria também que fosse produzido aqui, então completou o conjunto”, comentou.

Foto: Marciney Costa/Ascom Setur PA

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