Cerâmicas milenares são encontradas em sítio arqueológico no Amazonas durante a seca

Objetos emergiram com a baixa do Rio Amazonas, no município de Urucará. As cerâmicas foram encontradas próximo as rochas que exibem desenhos rupestres, descobertos ainda no ano passado.

Cerâmicas milenares são encontradas em sítio arqueológico no Amazonas. Foto: Jean Beltrão/Rede Amazônica AM

A seca que afeta o Amazonas revelou cerâmicas milenares em um sítio arqueológico localizado no município de Urucará, no interior do Estado. As peças surgiram devido ao baixo nível da água, junto às rochas que exibem desenhos rupestres, descobertos ainda no ano passado durante outra estiagem histórica.

A baixa dos rios deste ano também revelou outros “tesouros” escondidos, como os destroços de um navio do século XIX, naufragado no Rio Madeira, e as ruínas do Forte São Francisco Xavier, submerso pelas águas do Rio Solimões, em Tabatinga.

Em 2024, o Amazonas enfrenta uma crise ambiental severa, com uma seca antecipada que já afeta mais de 800 mil pessoas, segundo a Defesa Civil.

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Entre os artefatos encontrados, em Urucará, há um vaso de cerâmica bem preservado. A descoberta foi feita por um ribeirinho local, que pescava no Pedral do São José quando encontrou os vestígios históricos.

A cerâmica foi descoberta próximo a outro sítio arqueológico, onde gravuras rupestres vieram à tona, em 2023, e reapareceram este ano. De acordo com arqueólogos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), os desenhos, que lembram “caretas”, têm mais de mil anos e estavam escondidos pelas águas.

Desde então, a preocupação com a preservação dos sítios arqueológicos têm crescido, especialmente com o aumento do interesse de moradores que visitam o local para ver de perto as marcas históricas.

O professor Arenilton Serrão, pesquisador da Secretaria de Educação e Cultura de Urucará, destacou a urgência de proteger a área.

Segundo a prefeitura de Urucará, o município acionou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde o ano passado, e aguarda a chegada de especialistas para realizar análises e estudos mais detalhados sobre as recentes descobertas.

*Por Jean Beltrão, da Rede Amazônica AM

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