As 3 princesas de Aruanda: conheça lenda afro-amazônica que inspirou toada e samba-enredo

A história começa quando um sultão da Turquia tenta proteger suas filhas das guerras que assolavam o local. Então, ele coloca as três princesas em um navio com destino a uma terra distante.

Foto: Divulgação/Acadêmicos do Grande Rio

Não é de hoje que a diversidade cultural do Brasil se completa. As festas tradicionais, ritmos, lendas e tradições do país se complementam e formam sua pluralidade cultural. O Carnaval do Sudeste, por exemplo, tem a tradição de contar histórias pouco conhecidas pelo grande público e que ressaltam a diversidade sociocultural brasileira.

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Foi o caso do enredo de 2025 da Acadêmicos do Grande Rio, escola de samba do Rio de Janeiro, intitulado ‘Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós’. Nesta temática, foi abordado a lenda das três princesas turcas de Aruanda, que está relacionada às raízes afro-amazônicas.

História da lenda

A história começa quando um sultão da Turquia tenta proteger suas filhas das guerras que assolavam o local. Então, ele coloca as três princesas em um navio com destino a uma terra distante.

Nessa viagem, as princesas se perdem e acabam adentrando num portal místico e chegando à Aruanda – uma terra encantada. Quando o portal reabre, as jovens então despertam na foz do Rio Amazonas, no Pará.

Na lenda, Jarina é a mais jovem das turcas e está associada à jiboia e borboleta azul; Herondina é a irmã do meio, que se transforma em onça; e Mariana é a primogênita, a arara-cantadeira. As três são caboclas associadas a poderes de cura.

Enredo do samba

Em homenagem à cultura amazônica, a Grande Rio destacou a importância das três princesas. Elas foram representadas pelas artistas paraenses Naieme, Dira Paes e Fafá de Belém.

O enredo é dividido em cinco setores. O primeiro, que é a abertura do desfile, começa na viagem já no oceano. O segundo setor é a chegada no Brasil. Ao entrar no coração da floresta, o terceiro setor mostra a aproximação das princesas com a cultura da Jurema Sagrada e a conexão delas com outros seres encantados e fantásticos que habitam o imaginário ribeirinho das matas da Amazônia.

A Jurema Sagrada é uma religião afro-indígena que se originou no nordeste do Brasil. Ela é também conhecida como Catimbó e é uma das tradições que demonstram a diversidade cultural brasileira. 

No quarto setor, a escola mostra a formação da Mina Paraense, um complexo religioso que une influências religiosas muito diversas. Por fim, a agremiação encerra o desfile mostrando como a história se transforma em carimbó.

Confira o samba-enredo:

Homenagem em Parintins

A Grande Rio não foi a primeira a homenagear a lenda. Em 2019, o Boi Bumbá Caprichoso, um dos dois bumbás do Festival Folclórico de Parintins, lançou uma toada sobre a lenda.

No Bumbódromo, para simbolizar a chegada das três princesas, uma oca se transformou em a arara amarela, trazendo a então rainha do folclore, Cleise Simas. Confira a toada:

Já em 2025, o Boi Garantido citou Mariana, uma das princesas de Aruanda, na toada “A Deusa das Águas”:

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