Antifragilidade, um importante detalhe das olimpíadas que nunca te contaram
Nas últimas duas semanas, devido às Olimpíadas de Tóquio 2020, tivemos oportunidades de aprender com diversas situações que foram fontes de reflexões para nossa vida pessoal e profissional.
Tomei a liberdade de trazer apenas alguns dentre os diversos exemplos:
● A vitória inesperada do tunisiano Ahmed Hafnaoui que, aos 18 anos, surpreendeu o mundo ao vencer a categoria de 400 metros nado livre;
● A conquista da medalha de prata (com valor de ouro) pela fadinha do Skate, Rayssa Leal, com apenas 13 anos;
● O improvável pódio da dupla brasileira, Luisa Stegani e Laura Pigossi, que conquistaram uma medalha inédita no tênis em Tóquio;
● A superação da ginasta, Rebeca Andrade, que gravou seu nome na história da categoria no Brasil;
● A conquista de Alison dos Santos, que foi bronze nos 400 metros com barreiras, com recorde pessoal;
● A halterofilista Hidilyn Diaz, que se tornou a primeira medalhista de ouro olímpica da história das Filipinas;
● A atleta venezuelana Yulimar Rojas, que bateu o recorde mundial e ganhou o primeiro ouro em Tóquio para a Venezuela;
● E o caso mais emblemático, a atitude da ginasta Simone Biles, que abdicou das possíveis conquistas, dando prioridade ao seu bem-estar.
O detalhe que faz a diferença.
Particularmente, por trabalhar tanto com a revolução humana quanto com desenvolvimento de negócios, seria possível trazer os mais diversos insights por meio das conquistas que obtive nestas áreas. Mas vamos analisar sob a ótica olímpica?
Uma das vertentes que poderíamos explorar, por exemplo, é a de superação de cada atleta, da dedicação contínua ou da busca incansável do auto-aprimoramento. Entretanto, gostaria de me concentrar em um ponto que é comum nos grandes nomes da história do esporte: a humildade.
Apesar de normalmente ser aplicada em nosso dia-a-dia enquanto virtude, a humildade, na prática, consiste em conhecer as nossas limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência.
A humildade é uma importante ferramenta da antifragilidade porque nos proporciona opções. Quando o desejo desenfreado pelo sucesso torna-se sua principal "força motriz", você passa a não ter opções e tem muito mais a perder do que a ganhar.
Logo, você é frágil. Mas, por quê?
Simplesmente porque quando o sucesso se torna o nosso único foco, a angústia da perda ou de não alcançá-lo excede o ganho emocional e motivacional proporcionado pela conquista. Assim, a pessoa passa a viver sob uma contínua ameaça emocional, tornando-se refém na armadilha da altivez e do egoísmo.
Uma vida inteligente consiste em utilizar a humildade como uma ferramenta da antifragilidade e se resume a uma atitude emocional - que visa transformar o medo em prudência, os erros em iniciação e o desejo em realização.
Fazendo um paralelo, somos postos diariamente à prova, seja nos 100 metros rasos ou nos 10.000 metros, como se a vida fosse uma permanente olimpíada. E a grande maioria dos profissionais e dos empresários pensam mais no "sucesso" através da inteligência, conhecimento, perspicácia, aptidão e outras dessas coisas complicadas que acontecem em nossos neurônios.
A humildade
Para aqueles que conseguem o feito de usar a humildade como estratégia para a antifragilidade, o mais importante é diminuir as desvantagens, em vez de aumentar as vantagens - esta é a razão pela qual os esportistas sempre nos surpreendem!
Quando você explora as opções oferecidas através da humildade, passa a não precisar estar certo com tanta frequência, pois, a partir deste momento, você valoriza e utiliza a sabedoria para não fazer coisas estúpidas a ponto de se machucar e reconhece os resultados (positivos e negativos) como etapas de crescimento.
Por fim, o século XXI exigirá de cada um de nós o desenvolvimento da antifragilidade, pois, a menos que você reduza o risco de quebra de "algo" frágil,qualquer ação que venha a realizar para aprimorá-lo (ou torná-lo eficiente) não terá serventia - já que poderá, efetivamente, quebrar a qualquer momento.
Reflita sobre isso e até a próxima!
Vitor Kurahayashi
Vitor Kurahayashi é mentor, Diretor da Consultoria Hayashi, Diretor no grupo TravelCorp, professor em MBA nos cursos de Gerenciamento de Projetos e Gestão Estratégica de Negócios, atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM). Administrador pela Universidade Católica de Brasília – UCB, Master in Business Administration em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB; doutorando em Educação Superior pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina.Veja mais notícias sobre Sociedade 5.0.
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