2 pontos para ser inovador e criativo

A inovação e a criatividade são essencialmente sobre fazer conexões inesperadas – e que melhor maneira de fazer isso do que reunir pessoas de diferentes áreas para discutir ideias juntos?

Caríssimos leitores, 

Definitivamente, se tornou imperativo e de senso comum a urgente transformação das organizações em estruturas inovadoras. Não apenas para ter uma grande ideia, mas para que, consistentemente, sejam apresentadas idéias de impactos maciços na comunidade.

Sem criatividade e sem inovação, adaptada de Lilarts em Pexels

Contudo, o que venho observando ao longo da última década, é que se criaram diversos “egossistemas” manauaras, com muitos falsos mitos sobre criatividade e inovação – onde, lamentavelmente, muitas organizações acreditam que se tornaram arrojadas e preparadas para a Sociedade 5.0 por diversos fatores mas, principalmente, por terem adotado uma ou as duas opções abaixo:

● Renomearam departamentos internos com alguma definição em língua estrangeira e, consequentemente, seus líderes passaram a ser reconhecidos como Head (Head de Community, Head de Inovação, Head de Recursos Humanos, Head de Customer Experience etc.). O potencial criativo para nomenclaturas realmente é extraordinário.

● Vieram apoiando algumas iniciativas dos institutos da cidade que, por um lado, concentram um grande potencial humano e financeiro dentro de suas paredes, mas que em outro lado, infelizmente, nasceram com o propósito errado – conseguindo, no máximo, algumas evoluções incrementais para produtos e serviços já existentes. 

Por definição, um ecossistema de inovação (isso se aplica aos mais diversos segmentos do mercado, não apenas para o setor de tecnologia) mundo afora com diversas iniciativas exitosas é resultado da união das empresas, das universidades e dos governos de todos os escalões para criar ambientes colaborativos, criativos e inovadores. Contrariamente, um ecossistema como esse é o que nos falta em gênero, número e grau! 

Mas, como bom brasileiros que somos: não desistimos nunca!

Logo, se nos falta por um lado, vamos buscar outras alternativas. Compartilho com vocês dois pontos para que possam transformar suas ideias em negócios inovadores e disruptivos.

1. Não se trata de conhecimento:
O que venho observando na última década como empreendedor em diversos segmentos, mentor, consultor e futurista prático, ao olhar para o indivíduo e a inovação organizacional na cidade de Manaus, é uma falha primária: acreditar que inovação se trata de conhecimento.

Sinto informar que não se trata de conhecimento especializado, não se trata do que você pode pensar de forma realmente rápida e fácil. A inovação é estar aberto à mudança. Trata-se, mais do que qualquer outra coisa, de ter e de exercitar uma mentalidade de crescimento.

Portanto, se você quer que uma organização seja consistentemente inovadora, é importante ter autoconsciência suficiente para olhar internamente para si mesmo como um líder, para sua empresa, para cada pessoa e para os stakeholders e avaliar: será que eles têm uma mentalidade de crescimento? Eles estão abertos à mudança?

Logo, somos atores em uma época que está mudando mais rapidamente do que qualquer outro tempo na história da evolução humana. E, para inovar, precisamos pensar tão à frente, que o conhecimento e a experiência não são mais relevantes.

Claro que o conhecimento e a experiência podem nos ajudar a concretizar a idéia, mas você não pode inventar algo massivo e impactante nesta era sem usar a imaginação e estar aberto à mudanças.

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” 

Charles Darwin.

2. Seja genuíno e mantenha-se como amador:
Na minha juventude, enquanto clarinetista em uma banda marcial, sempre que tínhamos uma excelente performance e consequentemente o sentimento de que éramos “o último biscoito do pacote”, o nosso responsável sempre nos alertava para nos mantermos amadores. 

Diferentemente do músico profissional, o amador baseia o seu trabalho no espírito genuíno, independentemente do potencial de fama, dinheiro ou carreira. Como amador estamos abertos à experimentação sem nos preocuparmos com as críticas, visto que estaremos dispostos a aplicar nossos insights para descobrir novos caminhos, novas soluções e a divulgar os resultados sejam estes positivos ou negativos. 

Quanto mais experientes as pessoas se tornam, mais medo elas possuem de perderem o status social “conquistado”. Pois, como diria Hans Jonas, um filósofo alemão de origem judia: “Não há nada melhor que o sucesso, e nada nos aprisiona mais que o sucesso”. 

Os amadores abraçam suas vulnerabilidades e seus defeitos, pois entendem que essas lhe tornarão mais genuínos, já que passam a não ter medos de seus erros ou de parecerem ridículos diante à “platéia” da sociedade. 

Desta forma, se você quer uma estrutura de inovação consistente dentro da sua organização, você precisa começar com você mesmo e com o tipo de espaço psicológico que você está criando para sua equipe, stakeholders e, finalmente, clientes.

É evidente que o mundo está se transformando tão rápido que, de uma forma ou de outra, você será transformado em amador. Então não perca tempo e se desprenda dos rótulos, dos influenciadores, do ego e busque, primeiramente em você, criar uma belo campo para a criatividade.

“O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você” 

Mário Quintana.

A inovação e a criatividade são essencialmente sobre fazer conexões inesperadas e que melhor maneira de fazer isso do que reunir pessoas de diferentes áreas para discutir ideias juntos. Tão simples, certo? E tão poucas organizações fazem isso, pois estão presas nestes “egossistemas” que corroem a criatividade, a inovação e o futuro da sociedade manaura. 

Por fim, gostaria de provocar uma reflexão a partir das palavras de Steve Jobs que, para mim, foi uma das mentes mais criativas e inovadoras de nosso tempo

“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais
importante que já encontrei para me ajudar a fazer grandes
escolhas na vida. Porque quase tudo – expectativas externas,
orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – simplesmente
some diante da face da morte, deixando apenas o que é
verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é a
melhor maneira que conheço para evitar a armadilha de pensar
que você tem algo a perder. Você já está nu”.

E é isso. Se desvincule dos “egossistemas”. Você já está pelado e com a mão no bolso, não desperdice seu tempo! 

Até breve!

Vitor Raposo é empreendedor em diversos segmentos, mentor, consultor e professor. Doutorando em Humanidades e Artes pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina; especialista em inovação e negócios pela Nova Business School em Portugal, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB. Atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM).

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade